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As medidas de retaliação anunciadas ontem por Seul contra a Coreia do Norte não afetam o comércio relativo ao complexo industrial Kaesong, no qual empresas do país do sul fabricam produtos em território norte-coreano empregando mão de obra local. Mas a continuidade do projeto conjunto parece cada vez mais ameaçada com o aumento da tensão na Península Coreana.

O jornal Chosun Ilbo, de Seul, publicou reportagem ontem na qual um funcionário não identificado do governo estima que o fechamento do complexo custaria US$ 500 milhões à Coreia do Sul. Os recursos seriam destinados ao pagamento de compensações às 116 empresas que investiram e operam no parque industrial, localizado 10 quilômetros ao norte da fronteira.

O eventual fechamento de Kaesong é visto como uma potencial fonte de instabilidade social na Coreia do Norte, já que levaria ao desemprego de 40 mil norte-coreanos que trabalham no local e recebem por ano US$ 33,52 milhões em salários. O complexo também é uma espécie de "calcanhar-de-aquiles" de Pyongyang, que manda diariamente mil pessoas para trabalhar em Kaesong.

A Coreia do Sul anunciou ontem pesadas medidas de retaliação contra Pyongyang, país responsabilizado pelo ataque a um navio de guerra, em 26 de março, que provocou a morte de 46 marinheiros sul-coreanos. A mais dura delas é a interrupção de quase todo o comércio bilateral, o que deverá agravar ainda mais a situação econômica da empobrecida Coreia do Norte, que destina 38% de suas exportações para o vizinho do sul.

Prontidão

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou aos comandantes militares americanos que coordenem suas ações com os sul-coreanos para "garantir a prontidão e a deter agressão". Em uma herança da Guerra da Coreia (1950-1953), os norte-americanos têm 28 mil soldados na Coreia do Sul.

Na semana passada, a Coreia do Norte rejeitou as acusações de que afundou o navio sul-coreano e disse que irá à guerra caso seja alvo de sanções. Pyongyang propôs enviar a Seul um "grupo de inspeção" para rever a investigação que concluiu que o navio foi afundado por torpedo disparado de um submarino norte-coreano. A sugestão foi descartada pelo governo do Sul.

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