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O dalai-lama, líder espiritual dos tibetanos, deve pedir hoje maior autonomia ao Tibete | Fayaz Kabli/Reuters
O dalai-lama, líder espiritual dos tibetanos, deve pedir hoje maior autonomia ao Tibete| Foto: Fayaz Kabli/Reuters

Kangding, China - Bombas caseiras danificaram duas viaturas na parte tibetana do oeste da China ontem. O atentado ocorreu apesar do aumento da segurança e de restrições à circulação em algumas áreas, às vésperas do aniversário de 50 anos de um levante no Tibete.

A polícia chinesa ampliou as patrulhas nas proximidades dos frequentemente instáveis monastérios budistas e reforçou alguns postos de checagem, segundo funcionários e grupos de monitoramento. As autoridades expandiram a zona de segurança, declarando por enquanto a cidade mista de Kangding, onde há chineses e tibetanos, proibida para os estrangeiros.

O reforço na segurança tem como intenção evitar problemas durante o aniversário do levante no Tibete, que será comemorado hoje. A revolta contra o domínio chinês em 1959 fracassou, levando seus líderes, entre eles o dalai-lama, ao exílio. Os protestos no ano passado foram graves, gerando os piores incidentes violentos com os tibetanos em décadas.

O presidente chinês, Hu Jintao, disse que o Tibete era basicamente estável e pediu aos políticos tibetanos que desenvolvam a região economicamente e evitem o separatismo. "Nós devemos construir uma grande barreira para opor os separatistas, manter a unidade da nação e avançar o Tibete da estabilidade básica para a estabilidade duradoura", afirmou Hu na televisão estatal.

O levante de 1959 começou em Lhasa, a capital tibetana. No ano passado o palco do início dos confrontos foi o mesmo, no dia 14 de março, com incidentes se espalhando pela região, nas províncias de Sichuan, Gansu e Qinghai. Neste ano, policiais chineses ergueram barreiras rodoviárias nos acessos a regiões tibetanas nas três províncias, bem como ao Tibete.

Hoje, o dalai-lama deve marcar os seus 50 anos de exílio exigindo uma "autonomia significativa" para o Tibete e dizendo que o domínio chinês na região em alguns momentos significou um "inferno na Terra". Cerca de 10 mil tibetanos viajaram para ouvir seu líder falar em Dharamsala, cidade montanhosa no norte da Índia onde funciona o governo tibetano no exílio.

O dalai-lama também deve lamentar o sofrimento e a destruição trazidos, segundo ele, pelas políticas e campanhas da China comunista. "Estas empurraram os tibetanos para tais profundezas de sofrimento e dificuldade que eles literalmente experimentaram o inferno na Terra", diz o discurso.

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