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Profissionais da mídia precisam desviar de barricadas e correm inúmeros riscos ao sair nas ruas em Teerã; dois importantes jornalistas foram presos e correspondentes, expulsos | Reuters
Profissionais da mídia precisam desviar de barricadas e correm inúmeros riscos ao sair nas ruas em Teerã; dois importantes jornalistas foram presos e correspondentes, expulsos| Foto: Reuters

País prende jornalistas reformistas e expulsa correspondente da BBC

Jila Bani Yaghoub e Bahman Ahmadi Amouie, dois importantes jornalistas iranianos foram presos na noite de sábado após as manifestações que terminaram em violento confronto com a polícia, afirmou o jornalista iraniano Issa Saharkhiz, enquanto o governo continua a reprimir os líderes reformistas.

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Síria e Israel se posicionam

A Síria, um aliado regional de Teerã, disse que a eleição disputada no país persa era um assunto interno do Irã. Já o presidente de Israel, Shimon Peres, elogiou os manifestantes pró-reforma do Irã, dizendo que os jovens devem "levantar a voz pela liberdade", em um mensagem explícita de apoio de um país que se considera o mais ameaçado pelo governo linha dura de Teerã.

O jornal estatal Al-Thawra da Síria disse que seria muito difícil, se não impossível, "quebrar" o regime iraniano. O editorial de ontem do Al-Thawra marca o primeiro comentário da Síria com relação aos protestos no Irã. Importantes países árabes até agora mantêm silêncio sobre os acontecimentos no Irã, aparentemente relutantes em antagonizar o regime que patrocina grupos militantes como o Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, nos territórios palestinos. (AE)

Ministro acusa o Reino Unido de sabotagem

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, acusou os britânicos de tentarem sabotar a eleição presidencial realizada no dia 12 de junho, que elegeu o presidente Mahmoud.

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Alemanha pede recontagem e Itália, urgência

A chanceler (premier) da Alemanha, Angela Merkel, pediu ontem que o governo do Irã faça uma completa recontagem dos votos da eleição presidencial de 12 de junho e que as autoridades renunciem à violência contra os manifestantes. "A Alemanha está ao lado das pessoas no Irã que querem exercer seu direito de livre expressão e liberdade para se reunir", disse Merkel. "Eu exorto fortemente a liderança iraniana a permitir manifestações pacíficas, que renuncie ao uso da violência contra os manifestantes, liberte os membros da oposição detidos, permita a livre informação pela mídia e conduza a recontagem dos votos na eleição presidencial", diz a nota. Merkel acrescentou que o Irã, assim como outros países, devem "respeitar plenamente os direitos humanos e civis".

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Teerã - A mídia estatal iraniana informou ontem que pelo menos mais dez pessoas morreram nos confrontos entre manifestantes e a polícia, ocorridos no sábado, o que eleva para pelo menos 17 o número oficial de mortos desde o início das manifestações contra o resultado da eleição presidencial.

A tevê estatal também informou que as autoridades prenderam a filha e quatro outros parentes do ex-presidente Hashemi Rafsanjani, um dos homens mais poderosos do Irã. Após os confrontos de sábado, as ruas de Teerã estavam assustadoramente quietas ontem.

"Infelizmente, nos tumultos que terminaram em confrontos, dez pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas", segundo a tevê estatal. O vice-chefe de polícia do Irã Ahmad Reza Radan culpou o grupo de oposição no exílio, Mujahedeen do Povo do Irã, de estar por trás da violência ocorrida no sábado, segundo a tevê.

"Os criminosos e agentes do Organização Mujahedeen Khalq (MKO) infiltrados entre a multidão (...) usaram armas de fogo, o que causou as vítimas", disse referindo-se ao Mujahedeen do Povo do Irã.

Fundado em 1965 com o objetivo de derrubar o xá apoiado pelos EUA , o Mujahedeen do Povo do Irã operou no passado como um grupo armado dentro do Irã. Ele foi o braço armado do Conselho Nacional de Resistência do país, com sede na França, mas renunciou à violência em junho de 2001.

Além das mortes ocorridas no sábado, o governo iraniano também reconheceu as mortes de sete manifestantes nos confrontos ocorridos na última segunda-feira.

A Anistia Internacional alertou que era "perigosamente difícil" verificar o número de vítimas. "O clima de medo lançou uma sombra sobre toda a situação", disse o pesquisador-chefe da Anistia no Irã, Drewery Dyke, para a Associated Press.

Represálias

Em Nova Iorque, a Campanha Internacional por Direitos Humanos no Irã disse ontem que um grande número de manifestantes que buscou tratamento médico nos hospitais da capital depois dos confrontos foram presos pelas forças de segurança.

Segundo a entidade, os médicos receberam ordens para informar as autoridades sobre feridos relacionados aos protestos, e alguns manifestantes seriamente feridos buscaram refúgio em embaixadas estrangeiras, numa tentativa de evitar a prisão.

A mídia estatal também informou ontem que os manifestantes atearam fogo em duas estações de gás e atacaram um posto militar durante os confrontos de sábado. O vice-chefe de polícia foi citado pela mídia oficial afirmando que os policiais não usaram munição de verdade para dispersar a multidão.

O Irã admitiu que sete manifestantes morreram nos confrontos da segunda-feira passada.

Ontem, o ex-presidente reformista Mohammad Khatami pediu a formação de um conselho para decidir o resultado da contestada eleição presidencial, falou a favor da libertação dos ativistas detidos e do fim da violência nas ruas.

Prisões políticas

A filha mais velha do ex-presidente Hashemi Rafsanjani, Faezeh Hashemi, e quatro outros membros da família – que não foram identificados – foram presos na noite de sábado. Na semana passada, a tevê estatal mostrou imagens de Hashemi, de 46 anos, falando para centenas de apoiadores do candidato reformista da oposição Mirhossein Mousavi.

A prisão de Hashemi foi um tanto surpreendente, uma vez que, na sexta-feira, o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, elogiou Rafsanjani como um dos arquitetos da revolução e uma figura política efetiva por muitos anos. Khamenei reconheceu, no entanto, que os dois têm "muitas diferenças de opinião".

Rafsanjani, de 75 anos, não esconde o seu desgosto com o presidente reeleito Mahmoud Ahmadinejad, que acusa o ex-presidente e sua família de corrupção. Rafsanjani chefia hoje dois grupos poderosos.

O mais importante é a Assembleia de Especialistas, formada por clérigos seniores que podem eleger ou afastar o líder supremo. O segundo é o Conselho de Diligência, um órgão que arbitra disputas entre o parlamento e o Conselho de Guardiães, que pode bloquear o Legislativo.

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