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Cientistas americanos do Instituto Nacional do Câncer anunciaram uma vitória sem precedentes da terapia genética sobre o câncer: eles conseguiram tratar dois homens, vítimas de melanoma em estágio avançado, manipulando geneticamente seus próprios glóbulos brancos para que seu organismo atacasse o tumor.

Os trabalhos foram publicados na revista científica "Science" e são considerados um avanço importante no tratamento de câncer com metástase em fase terminal. O instituto agora espera fazer novas experiências com outros tipos de câncer, principalmente os de mama e cólon.

Embora os pacientes em questão tenham sido aparentemente curados, os cientistas dizem que não podem afirmar isso nem prever qual será a evolução dos casos a longo prazo, já que o melanoma é o mais grave dos tipos de câncer de pele, que mata cerca de oito mil americanos por ano, e é conhecido por ter recidivas anos depois, quando se imagina que o paciente possa estar curado.

A nova técnica é ainda experimental e precisará de estudos complementares, segundo o médico Len Lichtenfeld, da Sociedade Americana do Câncer: "Trata-se apenas de uma primeira etapa, devemos ser prudentes para não dar esperanças demais aos pacientes e à sociedade. Mas os resultados são excitantes, e indicam que esse tipo de abordagem deve seguir em frente".

Na pesquisa, os cientistas detectaram a presença de linfócitos T (células de defesa) no organismo de algumas pessoas vítimas de melanoma avançado. Eles então retiraram algumas dessas células anti-câncer e as fizeram se reproduzir em laboratório, antes de reinjetá-las nos doentes.

Dos 17 pacientes que participaram da experiência, todos com melanoma em estágio tão avançado que já não havia mais alternativas de tratamento, 15 tiveram um crescimento pequeno das células no organismo depois que foram reinjetadas, e somente por alguns meses. Mas em dois deles as células se multiplicaram bastante e continuaram a fazê-lo por mais de um ano, até o tumor regredir totalmente.

"Esse tratamento não é como a quimioterapia ou a radioterapia, que quando são feitas têm aquele resultado final e pronto. Neste caso, nós injetamos no organismo células vivas que continuam a se multiplicar e a trabalhar no organismo", explicou um dos médicos envolvidos na experiência.

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