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Palestinos diante de um dos prédios mais altos de Gaza, destruído por ataques israelenses | Suhaib Salem/Reuters
Palestinos diante de um dos prédios mais altos de Gaza, destruído por ataques israelenses| Foto: Suhaib Salem/Reuters

50 dias durou o conflito na Faixa de Gaza durante a operação chamada de Margem Protetora — até o cessar-fogo anunciado ontem —, com 2.120 palestinos mortos e, do lado israelense, 64 soldados e 5 civis mortos.

Balde

Um palestino subverteu o "desafio do balde de gelo", que virou moda nas redes sociais levantando fundos para pesquisas sobre esclerose lateral amiotrófica. Em vez de imitar celebridades — a ideia é fazer uma doação ou aceitar um balde de água gelada na cabeça —, ele usou um balde de entulhos para denunciar a destruição de Gaza.

Acordo

Os parâmetros gerais do acordo, que negociadores israelenses e palestinos têm trabalhado por meio de conversas indiretas na capital egípcia, nas últimas semanas.

• Foguetes

O Hamas e outros grupos militantes em Gaza concordaram em suspender todos os foguetes e bombas de morteiros contra Israel.

• Ataques

Israel vai suspender todas as ações militares, incluindo ataques aéreos e operações terrestres.

• Fronteiras

Israel concordou em abrir mais suas fronteiras com Gaza para permitir o fluxo mais fácil de mercadorias, incluindo equipamento de ajuda humanitária e materiais para a reconstrução da região. Em um acordo separado, bilateral, o Egito vai concordar em abrir a sua fronteira de 14 quilômetros com Gaza, em Rafah.

• Administração

A Autoridade Palestina, liderada pelo presidente Mahmoud Abbas, deverá assumir a responsabilidade de administrar as fronteiras de Gaza no lugar do Hamas. Israel e Egito esperam que isso evite a entrada de armas, munições e qualquer produto de "dupla utilização" em Gaza.

• Reconstrução

A Autoridade Palestina vai coordenar o esforço de reconstrução em Gaza com doadores internacionais, incluindo a União Europeia.

• Terra

Israel deverá diminuir a área de segurança no interior da fronteira de Gaza, reduzindo para 100 metros (hoje são 300 metros), se a trégua for mantida. A mudança vai permitir aos palestinos mais acesso a terras agrícolas perto da fronteira.

• Mar

Israel vai estender o limite de pesca ao longo da costa de Gaza para seis milhas (hoje são três), com a possibilidade de alargar o espaço gradualmente se a trégua persistir. Em última análise, os palestinos querem voltar ao limite internacional pleno de 12 milhas.

Israel e Hamas aceitaram ontem uma proposta de cessar-fogo sem limite de tempo, mediada pelo Egito.

Espera-se que o acordo encerre o conflito na Faixa de Gaza depois de 50 dias da operação Margem Protetora — cujo objetivo era destruir os túneis e os foguetes do grupo extremista islâmico —, em que morreram 2.120 palestinos e 69 israelenses.

O presidente da Au­­to­­ridade Nacional Pales­­tina, Mahmoud Abbas, confirmou oficialmente a trégua.

Segundo um comunicado do ministério das Relações Exteriores egípcio, Israel concordou com a entrada de ajuda humanitária e de material de construção em Gaza.

A trégua proposta pelo Egito prevê o fim do bloqueio à Faixa de Gaza, com a abertura das passagens ao território, controladas por Israel e pelo Egito, além de uma ampliação da zona de pesca palestina no Mediterrâneo.

Numa segunda fase, que deve começar daqui a um mês, Israel e os palestinos devem discutir a construção de um porto de mar de Gaza e a libertação de membros do Hamas presos por Israel na Cisjordânia.

Israel e Egito veem o Hamas, grupo radical que controla a faixa de Gaza, como uma ameaça à segurança e querem garantias de que armas não entrem em seu território.

O último cessar-fogo entrou em vigor no dia 11 de agosto e foi respeitado durante nove dias. Nesse período de tempo, os egípcios tentaram convencer os dois lados a aceitar uma trégua prolongada.

Prédios

No sábado, o exército israelense havia destruído outro edifício residencial de 13 andares na Cidade de Gaza e um centro comercial em Rafah, na fronteira com o Egito. Houve apenas feridos, já que as forças israelenses alertaram os moradores sobre o bombardeio nos locais.

De acordo com uma fonte militar, a Força Aérea de Israel realizou 15 ataques contra Gaza desde a meia-noite de ontem, ao mesmo tempo que vários foguetes foram lançados contra o território israelense.

Dois palestinos morreram em um dos ataques, anunciaram os serviços de emergência do território.

De acordo com números da Organização das Nações Unidas, mais de 450 mil pessoas deixaram suas casas e se tornaram deslocados internos, número que representa um quarto da população da Faixa de Gaza.

Personagem

Reconstrução de território palestino é urgente, diz Abbas

Efe

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, ressaltou ontem a urgência de se reconstruir Gaza, que sofreu um grau de destruição "além da imaginação". Em entrevista coletiva concedida em Ramallah, Abbas agradeceu ao Catar e ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, pelo papel que tiveram no desenvolvimento das negociações indiretas entre israelenses e palestinos para conseguir um cessar-fogo permanente.

Durante o discurso, Abbas revelou que a ONU enviará ajuda humanitária de forma imediata para o território palestino, duramente castigado durante a ofensiva israelense. Em uma atualização recente, o Ministério da Saúde na Faixa de Gaza informou que o número de mortos é de 2.120, a maioria é de civis e um quarto deles são crianças, enquanto o número de feridos ultrapassa os 11 mil.

Deslocados

Segundo um relatório divulgado ontem pela UNRWA, a agência da ONU encarregada dos refugiados palestinos, nos 50 dias da ofensiva israelense em Gaza, 475 mil palestinos foram obrigados a deixar suas casas e se transformaram em deslocados internos. Deles, cerca de 280 mil se abrigaram em escolas-refúgio da ONU, enquanto o restante buscou asilo em edifícios públicos como colégios e hospitais ou foram amparados por parentes.

Os refugiados internos são resultado da destruição total ou parcial de 40 mil imóveis, da demolição de 9,6 mil estruturas e dos danos que sofreram outras 7,6 mil edificações, que precisarão de grandes reformas para que sejam novamente habitáveis, denunciou ontem a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

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