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Os seres humanos estão destruindo a natureza num ritmo sem precedentes e vão precisar do equivalente a dois planetas, em termos de recursos naturais, no ano de 2050, se mantido o ritmo atual, segundo divulgou nesta terça-feira o grupo conservacionista WWF, que criticou o estilo de vida americano como exemplo de superconsumo, além de seus meios.

Populações de várias espécies, de peixes a mamíferos, foram reduzidas em um terço entre 1970 e 2003, em grande parte por conta de ameaças humanas, como poluição, desmatamento e pesca predatória, segundo o grupo, em seu relatório bianual "Planeta Vivo 2006".

- Por mais de 20 anos temos excedido a habilidade da Terra de suportar um estilo de vida consumista que é insustentável e não podemos continuar neste caminho - disse o diretor-geral da WWF, James Leape, no lançamento do relatório, em Pequim. - Se todas as pessoas mundo agora vivessem como aquelas nos Estados Unidos, precisaríamos de cinco planetas para nos sustentar - disse ele, que é americano.

Mas o maior estresse per capita infligido à Terra está nos Emirados Árabes Unidos, seguidos por Estados Unidos, Finlândia e Canadá, diz o relatório.

Também a Austrália está vivendo além de seus meios. Cada australiano precisa de 6,6 hectares "globais" para sustentar seu estilo de vida desenvolvido, ficando atrás dos Estados Unidos e do Canadá, mas na frente de Grã-Bretanha, Rússia, China e Japão.

- Se o resto do mundo tivesse o tipo de estilo de vida que temos aqui na Austrália, precisaríamos de três planetas e meio para prover os recursos que usamos e para absorver os dejetos - disse Greg Bourne, o executivo-chefe da WWF na Austrália.

O ponto de equilíbrio entre o consumo e a regeneração dos recursos naturais do planeta seria equivalente a 1,8 hectares globais por ano por pessoa, diz o comunicado do grupo no Brasil. "Porém o relatório mostra que já consumimos mais que isso para manter os padrões atuais de vida. O consumo médio foi de 2,2 hectares globais por pessoa anuais". O Brasil está na praticamente na média mundial, diz o grupo.

"O ritmo de consumo dos recursos naturais disponíveis supera a capacidade de recuperação da Terra. O grande desafio é aumentar a qualidade de vida e reduzir o impacto sobre o meio ambiente", diz Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil, no comunicado do grupo.

"Para nos desenvolvermos de forma sustentável, temos de melhorar no que já somos bons, não podemos sujar nossa matriz energética. Devemos investir em eficiência e ampliar a diversidade de fontes renováveis não-convencionais no Brasil. Porém, isso só não basta. É imprescindível evitar a perda de nossas florestas. Temos de estabelecer metas claras para redução do desmatamento" afirma Leonardo Lacerda, superintendente de Conservação do WWF-Brasil.

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