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Enquanto o número oficial de vítimas fatais pelo terremoto do Chile chegou a 802, o efeito da tragédia sobre um dos principais produtos de exportação do país, o vinho, continua sendo avaliado.

"O impacto sobre a infraestrutura foi considerável, já que o terremoto afetou severamente o coração da indústria vinícola do Chile: as regiões de Maipo, Cachapoal, Colchagua, Maule e Bío Bío", disse Salvador Domenech, diretor-gerente da vinícola Santa Rita.

"Não vemos grande impacto sobre os vinhedos, então estamos mantendo o entusiasmo a respeito da qualidade das próximas uvas."

O presidente da Sociedade Nacional da Agricultura, Luis Mayol, disse ao jornal local Diario Financiero que o setor vinícola deve enfrentar prejuízos significativos com o terremoto, que afetou seriamente a infraestrutura chilena, inclusive depósitos de vinhos.

O diretor-geral da Corporação Chilena do Vinho, Antonio Larraín, disse ao mesmo jornal que 70 por cento dos vinhedos do país ficam em áreas afetadas pelo terremoto.

De acordo com ele, o país tem no momento um estoque de 900 milhões de litros do produto. Uma primeira análise sugere que 20 por cento dessa quantidade podem estar "comprometidos."

Em algumas partes do Chile, a colheita deveria começar no fim de semana.

"Nossa companhia, bem como o resto do setor, foi fortemente impactada por esta catástrofe", disse a vinícola Concha y Toro, maior exportadora chilena de vinhos, em seu site na Internet. "Já pudemos avaliar sérios danos em algumas das nossas principais vinícolas que estão localizadas nas áreas mais afetadas."

A empresa terá de paralisar toda a sua produção durante pelo menos uma semana. Mas, segundo a importadora norte-americana Banfi Vintners, apenas 3 das 11 unidades da Concha y Toro foram muito afetadas e tiveram de parar. Grande parte dos danos se limita a tanques de alumínio virados ou barris de carvalho esmagados.

A empresa considerou exagerada uma versão inicial de que 40 milhões de litros teriam sido perdidos.

A Concha y Toro informou à Banfi que sua principal adega, que abriga alguns dos seus vinhos mais caros, ficou ilesa.

"A prioridade número 1 deles agora é a colheita", disse Jane Kettelwell, porta-voz da Banfi. "Eles nos disseram que vão começar a colheita na próxima semana."

Francesco Marone Cinzano, dono da Caliboro, que produz o vinho Erasmo, em Maule, informou ao seu importador nos EUA, a Palm Bay International Wine, Spirits & Beverages, que o dano sofrido foi "severo."

"A maioria das casas são velhas construções com tijolos de barro (...), estão todas severamente danificadas e não podem ser reparadas", afirmou.

Em um e-mail, ele informou também que o terremoto deixou vítimas entre os empregados da vinícola, mas não deu detalhes.

"Ninguém está trabalhando no momento. Todos estamos dedicados a encontrar abrigo para todos e a começar a limpeza. A colheita deve começar na semana que vem, mas sem eletricidade", acrescentou.

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