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Vista da ilha que emergiu a algumas centenas de metros da costa paquistanesa, no extremo sudoeste do país, depois de abalo sísmico na última terça-feira | Tufail Baloch/Efe
Vista da ilha que emergiu a algumas centenas de metros da costa paquistanesa, no extremo sudoeste do país, depois de abalo sísmico na última terça-feira| Foto: Tufail Baloch/Efe

Ilha é menor que um campo de futebol

Cientistas paquistaneses confirmaram ontem que o terremoto fez surgir uma ilha perto da costa.

De acordo com sismólogos paquistaneses, a ilha de lama e rochas emergiu por causa do terremoto de 7,7 graus na escala Richter registrado ontem na província de Baloquistão.

"Esse forte tremor sob a terra causou uma série de perturbações", declarou Zahid Rafi, diretor do Centro Nacional de Monitoramento Sísmico.

A ilha apareceu a cerca de 200 metros da costa de Gwadar, uma cidade portuária situada a 533 quilômetros de Karachi, a maior cidade paquistanesa, e a 120 quilômetros da fronteira com o Irã.

O geólogo militar Mo­hammed Danish disse à emissora local Geo TV que uma equipe da Marinha esteve na ilha ontem. De acordo com ele, a formação rochosa tem 76 metros de extensão por 30 de largura (menor do que um campo oficial de futebol) e em alguns pontos ergue-se a 18 metros do nível do mar.

Já se sabe que a ilha emergiu por causa do terremoto. Os cientistas investigam agora se a ilha surgiu porque a crosta terrestre foi violentamente deslocada pelo tremor de terra ou se o movimento telúrico liberou gases que resultaram em um "vulcão de lama" no leito submarino.

  • Grupo de pessoas caminha na nova ilha do Paquistão, que foi reconhecida por cientistas

Equipes de resgate seguiam ontem buscando por sobreviventes do terremoto que atingiu, na terça-feira, o sudoeste do Paquistão, derrubou casas inteiras, provocou a morte de centenas de pessoas e deixou milhares de desabrigados.

O número oficial de mortos no tremor de terra subiu ontem de 271 para 328, informaram autoridades locais. O número de feridos supera 440, segundo apuração da BBC.

O número sobe à medida que avançam as operações de resgate e as equipes de salvamento chegam a áreas remotas afetadas pelo tremor de terra de 7,7 graus na escala Richter.

O abalo sísmico ocorreu na província de Baloquistão, que é a maior, mais pobre e menos populosa do Paquistão. A maior parte das vítimas ficou presa nos escombros das casas.

No povoado de Dalbadi, arrasado pelo abalo sísmico, Noor Ahmad contou que estava no trabalho na hora do terremoto. Ele voltou correndo para casa, mas não chegou a tempo de salvar a esposa e o filho, que ficaram presos nos destroços do que antes era a residência da família.

Ahmad tirou os corpos da mulher e do filho dos escombros antes de ajudar outros familiares que se feriram na tragédia. "Estou arrasado. Perdi minha família", disse.

Ninguém sabe ao certo quantas pessoas morreram em Dalbadi. Homens, mulheres e crianças foram para abrigos improvisados.

Médicos tratavam os feridos, mas diante da escassez de medicamentos e de profissionais da saúde, em muitos casos o máximo que conseguiam fazer era confortar os sobreviventes.

O fato de se tratar de uma área remota e de infraestrutura precária dificultava as ações de salvamento. "Estamos tendo muita dificuldade para chegar às áreas mais remotas", admitiu Jan Mohammad Bulaidi, porta-voz do governo. "Precisamos de mais barracas, de mais remédios e de mais comida."

328 pessoas morreram no terremoto ocorrido na terça-feira e pelo menos 440 ficaram feridos. O abalo chegou a criar uma ilha nova no país.

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