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Ica, Peru – O número de mortos pelo terremoto que devastou cidades no sudoeste do Peru subiu para 500 no início da noite de ontem. Pelo menos 1.500 pessoas ficaram feridas e milhares desabrigadas. A região mais atingida foi o deserto do sul do Peru, ao redor da cidade de Ica e o porto vizinho de Pisco, 200 quilômetros ao sudeste da capital, Lima. A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que a expectativa é que o número de mortos pelo desastre tenha sido maior que os 500 óbitos informados até ontem à noite, porque os trabalhos de resgate ainda estão em curso nas ruínas.

"Infelizmente, os números continuarão a crescer porque a destruição de casas nas áreas atingidas foi total," diz Margareta Wahlstrom, secretária-geral assistente da ONU.

O prefeito da cidade de Pisco disse que pelo menos 200 pessoas foram soterradas nas ruínas de uma igreja, onde assistiam a uma missa. Outras 17 pessoas morreram dentro de uma igreja em Ica, segundo a emissora local Canal N. Já a igreja histórica Señor de Lurén, em Ica, foi derrubada pelo terremoto e pelo menos 57 corpos foram retirados dos escombros.

"Nós não temos eletricidade, água, comunicações. Muitas casas desabaram. Igrejas, hotéis, lojas – tudo foi destruído," disse Juán Mendoza, prefeito de Pisco.

Abalo devastador

O Centro de Geologia dos Estados Unidos aumentou ontem a magnitude do terremoto de quarta-feira de 7.9 graus para 8 graus na escala de Richter.

Pelo menos 14 terremotos de menor magnitude ocorreram em seguida ao impacto do início da noite da quarta-feira, complicando os esforços de resgate. Pelo menos um desses terremotos teve 5 graus na escala de Richter.

O presidente do Peru, Alan García, viajou de helicóptero a Ica, uma cidade de 120.000 habitantes, e declarou estado de emergência. Os médicos peruanos do serviço estatal de saúde cancelaram uma greve por melhores salários para atender aos feridos.

"Houve uma resposta rápida e boa de ajuda da comunidade internacional, mesmo que o Peru não tenha pedido por ela," disse García, durante uma visita à Pisco.

Em Washington, o presidente dos EUA, George W. Bush, ofereceu condolências pelo desastre. Um cidadão americano morreu na tragédia.

Falta eletricidade, água e serviço de telefonia no sul do Peru. O governo enviou para a região mais policiais, soldados e médicos, mas o tráfego rodoviário está paralisado na rodovia Panamericana.

Em Chincha, uma pequena cidade próxima a Pisco, um câmera da Associated Press contou pelo menos 30 corpos no pátio do hospital. Centenas de feridos estavam lado a lado nos jardins em frente ao hospital, não apenas por causa da falta de leitos, mas por causa do medo de que novos terremotos derrubem o edifício.

O terremoto derrubou o muro da prisão de Chincha e permitiu que 600 presos fugissem. Até agora, 29 foram recapturados, segundo o governo peruano.

A Cruz Vermelha do Peru demorou sete horas e meia para chegar a Ica e Pisco, por causa dos danos provocados nas rodovias.

Em Lima, 150 quilômetros ao norte do epicentro do sismo, apenas uma morte foi reportada. Mas os furiosos dois minutos do terremoto provocaram uma fuga de milhares de pessoas pelas ruas. Cientistas dizem que o terremoto que abalou a costa peruana foi "gigantesco", um tipo de terremoto semelhante ao registrado no final de 2004, no fundo do Oceano Índico, que gerou o maremoto, ou tsunami, que devastou as costas de países asiáticos.

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