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Prédio parcialmente destruído pelo terremoto na cidade de Cavezzo | Pierre Teyssot/AFP
Prédio parcialmente destruído pelo terremoto na cidade de Cavezzo| Foto: Pierre Teyssot/AFP

Fiji

Tremor de 5,9 graus sacode ilhas no Pacífico Sul

Um terremoto de 5,9 graus de magnitude na escala Richter sacudiu ontem as águas do sudoeste das Ilhas Fiji, no Pacífico Sul.

As autoridades não registraram vítimas. Também não foi emitido alerta de tsunami.

O terremoto foi localizado a 605 quilômetros de profundidade sob o mar e 450 quilômetros ao oeste de Nuku’alofa, a capital das ilhas Tonga, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos, que vigia a atividade sísmica mundial.

A região conhecida como Cuenca Norte de Lau, situada entre Fiji, Samoa e Tonga, no Pacífico Sul, conta com dezenas de vulcões submarinos ativos localizados entre 1 mil e 1,5 mil metros de profundidade sob as águas.

Paranaense diz que o chão balançava como uma onda

Rodolfo Stancki

"O chão balançava como se estivéssemos numa onda do mar". Essa é a descrição do terremoto que atingiu a Itália na manhã de ontem nas palavras da aposentada Márcia Teresa Klisiewicz. Moradora de Curitiba, ela está de férias na cidade de Bolonha, que fica a 64 quilômetros do epicentro do tremor que provocou ao menos 12 mortes no país.

"Eu estava na cozinha quando o chão começou a tremer. Foi muito rápido. Uma amiga estava do lado de fora e quase não sentiu o tremor", contou por telefone à Gazeta do Povo. Márcia, que está no país há 15 dias, também presenciou o terremoto do dia 20 de maio que, segundo ela, foi mais intenso e longo.

"Da outra vez foi no meio da madrugada. A casa inteira tremia. As portas batiam e as gaiolas com passarinhos caíram no chão", disse. Como está distante da região mais atingida pelos tremores, a aposentada associa a sensação de vivenciar os tremores à de estar em um barco. "Tive até enjoo."

Márcia, que nunca havia presenciado um terremoto antes, constatou que os italianos estão apreensivos. "Estávamos em uma loja e as pessoas receberam um aviso de terremoto, todos mostraram muita preocupação em voltar para casa." Apesar do risco, ela diz que sua volta para Curitiba está prevista para a metade de junho. "Tenho medo, nunca vivi esse tipo de situação. Mas coloco nas mãos de Deus. Ainda assim, fico pensando em trocar minha passagem e voltar mais cedo para casa."

Um terremoto de magnitude 5,8 deixou pelo menos 16 mortos na região da Emilia Romagna, no norte da Itália, nove dias depois de outro tremor, de intensidade maior (6,0), ter deixado sete mortos e milhares de pessoas desalojadas na mesma área.

A princípio, não há relação entre os dois eventos.

O terremoto de ontem foi­­ sentido até em países vizinhos, como a Áustria, e teve uma série de réplicas, algumas com magnitude 5,0. Seu epicentro, como o do abalo ocorrido nove dias antes, foi perto da cidade de Modena. O epicentro foi em Mirandola.

Houve ao menos 200 feridos. Os mortos no tremor de ontem eram, na maioria, trabalhadores de pequenas fábricas instaladas em galpões que ruíram com o abalo.

Na cidade de San Felice sul Panaro, uma das mais afetadas, três dos mortos eram operários que, após o tremor de 20 de maio, haviam ficado mais de uma semana sem trabalhar e retornaram ontem.

Sindicalistas disseram que vão pedir investigação sobre a existência de segurança suficiente nas fábricas da região depois do primeiro terremoto – há relatos de que trabalhadores teriam sido pressionados a voltar ao serviço.

"Vamos precisar investigar quem considerou essas fábricas seguras para o retorno ao trabalho. Nós temos de entender de quem é a responsabilidade por isso", declarou o sindicalista Erminio Veronesi à agência Associated Press.

Colegas do imigrante­­ marroquino Mohamed Aze­­ris, um dos mortos pelo terremoto de ontem, afirmam que ele fora ameaçado de perder o emprego se não retomasse seu posto de supervisor na fábrica.

Como outros países da Eu­­ropa, a Itália vive um cenário de crise econômica, e a expectativa é que seu PIB recue 1,2% em 2012. O abalo atingiu uma das áreas de maior concentração industrial no país, que produz de carros de luxo a queijo parmesão.

O terremoto de ontem danificou uma parcela significativa do patrimônio cultural do norte italiano.

Entre as construções atingidas estão a catedral barroca de Carpi e o Palazzo Te, em­­­­ Mântua, que é considera­­do­­ uma das obras-primas do Re­­nascimento.

"Fiquei debai xo da escrivaninha", conta pesquisador brasileiro

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espa­­ciais (Inpe) Silvio Manea, 54 anos, afirmou que estava ontem em Padova, na Itália, e sentiu o primeiro tremor, às 7 h (4 h em Brasília), quando se preparava para ir à universidade local, onde participa de uma temporada de estudos de três meses.

"Você se sente como se estivesse em uma gelatina. Você vê todo o apartamento se movimentando, com movimentação lateral e para cima, e você fica sem ação porque a única orientação que eles dão é ir para um lugar próximo a uma viga. Fiquei debaixo da escrivaninha".

Após sair do prédio depois do tremor, Manea foi para a Universidade de Pa­­dova, mas, ao chegar à instituição, sentiu uma réplica, menor que o abalo anterior, que afirma ter sido de 30 segundos. "Foi uma sensação horrível. Foi pior que o anterior [tremor de magnitude 6, no dia 20, no norte italiano], que eu caí da cama na hora."

Susto

Outros brasileiros que estão na Itália também fizeram relatos do susto que levaram. O internauta Luís Henrique Canil, que estava em Lucca, na Toscana, disse que a casa alugada onde estava sofreu alguns danos, como queda do reboco das paredes e vasos quebrados.

A estudante Amanda dos­­­­ Santos estava na Uni­­ver­­si­­dade de Padova durante os­­ tremores. Ela relata que sen­­tiu mais dois sismos após ter­­ voltado para casa, quando­­ consegui conver­­sar com a mãe no Brasil.

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