• Carregando...
Membros das forças de segurança russa examinam local de um dos atentados em Kizlyar, no Daguestão: explosões, mortes e dezenas de feridos | AFP
Membros das forças de segurança russa examinam local de um dos atentados em Kizlyar, no Daguestão: explosões, mortes e dezenas de feridos| Foto: AFP

Barril de pólvora

Daguestão é marcado por rebeliões

O Daguestão é uma república montanhosa do Cáucaso russo que sofre com a pobreza, com uma crescente criminalidade e com rivalidades entre clãs, ingredientes que o tornam um terreno fértil para a rebelião.

Situado entre as montanhas do Cáucaso, ao sul, e a costa do Mar Cáspio, a leste, o Daguestão pode se vangloriar de uma história que data do século VIII antes de Cristo. Atualmente, no entanto, esta república é considerada uma das regiões mais violentas da Rússia, afetada por rebeliões islamitas. Nos últimos meses, assassinatos de líderes locais, atentados suicidas e confrontos armados nos subúrbios da capital Makhachkala se tornaram quase cotidianos.

Enquanto nos anos 1990 a militância no Cáucaso estava limitada a uma luta separatista na república vizinha de Chechênia, a insurreição se propagou agora ao Daguestão e a outras regiões. Mas o separatismo não é seu principal objetivo. Os militantes querem agora impor a lei da charia em toda a região, que batizaram de "Emirado do Cáucaso".

  • Veja os últimos ataques realizados no Daguestão

Dois dias após os atentados que deixaram 39 pessoas mortas no metrô de Moscou, a Rússia voltou a ser palco de ataques terroristas. Ontem, 12 pessoas morreram em explosões de carros-bomba na instável região do Daguestão, no norte do Cáucaso, Rússia. Outras 23 pessoas ficaram feridas.

A primeira explosão ocorreu quando um carro da polícia deixava o prédio local do Ministério do Interior e da Agência de Se­­gurança FSB, antiga KGB (serviço secreto da ex-União Soviética), na cidade de Kizlyar, no Daguestão. Vinte minutos depois, um suicida vestido com uniforme policial se explodiu perto do primeiro ataque, enquanto investigadores e a polícia examinavam a cena do atentado anterior, informou o comunicado.

Mais tarde, o ministro do In­­terior do Daguestão, Rashid Nur­­galiyev, disse que um homem-bomba suicida que guiava um automóvel detonou os explosivos quando a polícia tentou parar o carro. A cidade de Kizlyar fica próxima à fronteira da Chechênia. Nurgaliyev disse que o chefe da po­­lícia local foi morto no segundo ataque, o executado pelo ho­­mem-bomba vestido de policial.

Autoridades russas vincularam o duplo atentado da segunda-feira a militantes do norte do Cáucaso.

O presidente russo, Dmitry Med­­vedev, afirmou após os mais re­­centes atentados que os militantes não conseguirão "disseminar o medo e o pânico" no país, se­­gundo agências locais de notícias.

Já o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse que os ataques em Moscou e no Daguestão podem ter sido obra "dos mesmos bandidos".

Um relatório do Centro In­­ter­­nacional de Estudos e Estratégias relata que 916 pessoas foram mortas no Cáucaso russo em episódios violentos em 2009, en­­quanto em 2008 um total de 586 pessoas perderam suas vidas pela violência na região. Outro grupo que monitora a região, o Cauca­­sian Knot, reportou que aconteceram 172 ataques terroristas no ano passado, que mataram 280 pessoas na Chechênia, 319 na Ingushetia e 263 no Daguestão.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]