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Moradores de Abuja, a capital da Nigéria, observam estragos causados pela explosão de carro-bomba em prédio da ONU | Henry Chukwuendo/AFP
Moradores de Abuja, a capital da Nigéria, observam estragos causados pela explosão de carro-bomba em prédio da ONU| Foto: Henry Chukwuendo/AFP

Barreiras

Sistema de segurança do edifício falhou

O homem que explodiu um carro-bomba contra o escritório da ONU na Nigéria passou por duas barreiras de segurança antes de detonar os explosivos. O complexo em Abuja, onde funcionários de 26 escritórios das Nações Unidas estavam presentes, era considerado como "bem protegido", observou o porta-voz da ONU Farhan Haq, antes de completar que assuntos relativos à segurança serão revisados.

"O carro passou por duas portas que eram protegidas por guardas. Como isso ocorreu? Como conseguiram passar pela segurança? Precisamos determinar como isso ocorreu", afirmou a jornalistas.

Haq afirmou que havia "barricadas e diferentes portas" ao redor do edifício Aruba. "É considerado um edifício bem protegido, e precisamos investigar como os autores do ataque conseguiram passar pelos diferentes níveis de proteção e causar o dano que provocaram", afirmou Haq.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou ontem que cerca de 400 pessoas poderiam estar dentro do prédio da sede do órgão na Nigéria quando a explosão. O sul-coreano disse também que a ONU vai mandar ao país a vice-secretária-geral, Asha-Rose Migiro, para lidar com a situação nos próximos dias.

A Nigéria tem sido alvo de uma onda de atentados por radicais islâmicos. Quase diariamente extremistas estão por trás de atentados e tiroteios, na maioria tendo como alvo a polícia na região norte do país.

AFP

Um terrorista suicida explodiu ontem o prédio da ONU em Abuja, capital da Nigéria, e matou pelo me­­nos 18 pessoas. Dirigindo um Honda, ele passou por dois portões com seguranças na entrada do complexo e parou o carro na entrada.

Pelo menos 50 pessoas foram levadas ao Hospital Nacional, próximo ao local do crime. Médicos fizeram um apelo para que a po­­pulação doe sangue.

A sede da ONU em Abuja agrupa 26 agências que operam na Nigéria, como Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Programa da ONU para o Desen­­volvimento (Pnud) e Organi­­zação Mundial da Saúde (OMS), e conta com 400 funcionários.

Não se sabe ainda quantas pessoas estavam no local na hora do ataque. O prédio tem cinco andares e fica próximo à embaixada dos EUA. A explosão ocorreu por volta das 11 h locais (6h30 no Bra­­sil) e causou um enorme buraco dentro do imóvel.

Autoria

O grupo extremista Boko Ha­­ram assumiu a autoria do atentado. Na tradução em hausa, significa "edu­­­­cação ocidental é pecaminosa".

O grupo defende a imposição da sharia, a lei islâmica, no norte do país, que tem maioria muçulmana. No sul, a maioria é cristã.

Em 2009, o grupo fez um ataque e matou cerca de 800 pessoas em duas cidades no nordeste do país durante cinco dias. Em resposta, os militares nigerianos montaram uma operação para acabar com a facção, capturaram e mataram o líder, além de centenas de militantes. Os extremistas voltaram a fazer atentados em 2010, matando policiais, políticos e líderes religiosos.

As autoridades nigerianas temem que o grupo e a Al-Qaeda no Magreb Islâmico, braço da rede terrorista no norte da África, estejam juntando forças para operar.

Os governos de Brasil, EUA, Ar­­gentina, México, além da Ni­­géria e do líder da União Europeia, condenaram o atentado. O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, disse que "foi um ataque àquelas pessoas que passam a vida ajudando os outros". Sua vice, Asha-Rose Mi­­giro, e o chefe da segurança, Gre­­gory Starr, vão conduzir as investigações no país.

Em 19 de agosto de 2003 um atentado contra a ONU deixou 23 mortos em Bagdad, incluindo o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que estava no país como representante do secretário-geral da entidade.

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