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Curitiba – A recém-aprovada lei francesa de imigração e as políticas adotadas pelos Estados Unidos contra os imigrantes vão contra um dos movimentos naturais da globalização, o deslocamento de pessoas. A territorialidade passou a ser relativa na atualidade. Quem desenha este cenário é o doutor em Filosofia pela Unicamp e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Daniel Omar Perez.

"Um dos direitos fundamentais do ser humano é o de permanecer em um lugar. Se o indivíduo não tem acesso a este direito básico, os demais também não virão", diz Perez. Estima-se que 21 milhões de pessoas recebem assistência do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

A França sempre defendeu o cidadão universal e começa a ter atitudes retrógradas em relação aos imigrantes, comenta Perez. "Os países não percebem a responsabilidade que têm sobre as ex-colônias. Os cidadãos da periferia querem voltar para as metrópoles, mas a tendência é de criminalizar os imigrantes".

Em abril, a Argentina legalizou cerca de 750 mil trabalhadores ilegais, a maioria sul-americanos. Perez considera que esta foi uma forma diferente de resolver o problema e mostra que as instituições públicas devem atuar em função dos cidadãos e não o contrário. "Na origem da República, os filósofos privilegiavam o indivíduo sobre o Estado. Hoje vemos que é preciso repensar a relação entre o indivíduo e o Estado." (KC)

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