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Washington - O presidente Barack Obama reuniu em torno de si um ministério de rivais tão poderosos que muitos se perguntam se os ministros serão capazes de conviver em paz, sem que uma surda guerra acabe paralisando o novo governo.

Como conciliar visões tão divergentes da política externa como as da nova secretária de Estado, Hillary Clinton, e do secretário da Defesa do governo Bush, Robert Gates, mantido no cargo por Obama? E como evitar que o novo secretário do Tesouro, Timothy Garthner, cuja confirmação foi adiada pelo Senado, venha a disputar o comando da política econômica com Larry Summers, que foi secretário do Tesouro no governo Clinton e vai liderar o Conselho Econômico da Casa Branca?

O cientista político David Lewis, da Universidade de Vanderbilt, é dos que acreditam que a presença de antigos rivais no ministério traz o risco de disputas e paralisação. "O risco de que isso aconteça existe, mas o presidente Obama tem sido muito claro ao garantir que pretende atuar como fiel da balança", avalia Lewis, que também fez parte da equipe de transição.

Liderança

"O ministério tem muitas áreas potenciais de conflito e, para que o governo consiga operar, será preciso que seja estabelecida, num prazo relativamente curto, uma liderança", avalia o cientista político Larry Sabato, da Universidade de Virgínia. "O presidente poderá tomar as decisões mais duras, mas dificilmente vai exercer a liderança executiva capaz de fazer a máquina funcionar."

A nova secretária de Estado desenhou mudanças na política externa americana a partir da ênfase dada à diplomacia e às ações civis. Missões humanitárias e parcerias em projetos de reconstrução civil em áreas de conflito, como Afeganistão e Iraque, terão prioridade. No lugar do poderio militar, uma combinação de recursos (econômicos, diplomáticos, políticos, legais, culturais e humanitários) para fazer com que a escala armada seja a última opção.

A iniciativa foi elogiada pelo próprio secretário de Defesa, Robert Gates. Mas ele foi também discretamente irônico ao comentar que "a mudança de estratégia para o Oriente Médio não iria alterar os interesses americanos na região."

A disputa entre os dois pode começar até mesmo pelo orçamento de cada ministério, sendo a Defesa 17 vezes maior do que o da pasta do Estado.

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