• Carregando...
De volta ao trabalho, guarda caminha pela entrada do Memorial de Jefferson, em Washington | Kevin Lamarque/Reuters
De volta ao trabalho, guarda caminha pela entrada do Memorial de Jefferson, em Washington| Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Disputa política tem custo "significativo"

O acordo provisório fechado ontem em Was­hing­ton para elevar o teto da dívida e evitar o calote americano vai atrasar a redução da política expansionista do país, segundo economistas.

Os reflexos deixados pelo impasse político ainda são incalculáveis e é provável que o Fed (banco central americano) necessite de mais tempo para estudar o cenário atual antes de diminuir o volume de compras de títulos de dívida, intenção que vinha sinalizando desde o primeiro semestre, mas que já havia colocado em espera desde setembro.

Mesmo com o solução temporária, o ciclo repetitivo de crises entre democratas e republicanos em Washington tem custos significativos para os rumos da economia americana, segundo Joel Prakken, da Macroeconomic Advisers.

"O Fed certamente dará uma pausa para ver quais foram os efeitos desse susto. Isso significa que a retirada dos estímulos não começará na reunião deste mês", afirma Jim O’Sullivan, economista-chefe da High Frequency Economics.

As turbulências recentes também elevaram a probabilidade de que o início da redução do estímulos possa ser postergado até 2014, segundo o economista. "Mas isso ainda não está claro. Na reunião do comitê em dezembro, eles terão uma percepção melhor dos resultados disso que aconteceu."

Folhapress

  • Cachorro brinca em meio aos turistas no Memorial de Lincoln

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que os norte-americanos estão "completamente cheios de Washington", um dia depois que a mais recente crise fiscal foi evitada por pouco, e pediu negociações com o Congresso sobre o Orçamento, imigração e legislação agrícola.

Horas depois de sancionar uma lei definida às pressas para pôr fim a 16 dias de paralisação parcial do governo federal e evitar o calote da dívida pública, Obama afirmou que os eventos das duas últimas semanas provocaram danos "completamente desnecessários" à economia dos EUA.

Obama, que saiu vitorioso do mais recente em uma série de impasses fiscais em Washington, fez um desafio firme ao Congresso, especialmente à Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos: trabalhem com ele em questões fundamentais para melhorar a economia.

"Agora que o governo foi reaberto e essa ameaça à nossa economia foi removida, todos nós precisamos parar de prestar atenção nos lobistas e nos blogueiros, na falação no rádio e nos ativistas profissionais que lucram com o conflito, e prestar atenção no que a maioria dos norte-americanos nos elegeu para fazer", disse.

Afirmando que o povo norte-americano "está completamente cheio de Washington", Obama procurou destacar o desgosto da população com o governo e o Congresso, e assim fazer avançar sua agenda de governo, e também aproveitou para argumentar que, depois de mais de duas semanas de paralisação, o povo viu que o governo federal é vital para suas vidas.

Disputas

Os planos do presidente para o restante do ano parecem certos a provocar mais disputas entre os partidos. Obama pediu ação da Câmara em dois assuntos grandes que passaram pelo Senado, controlado pelos democratas, mas travaram nas mãos dos deputados: a reforma do sistema de imigração dos EUA e a aprovação de uma lei agrícola envolvendo US$ 500 bilhões.

2,1 milhões de empregos foi o que cobraram as crises fiscais dos Estados Unidos desde o final de 2009 até hoje, gerando um impacto negativo no crescimento econômico e provocando alta no custo do crédito para empresas. As informações são de um estudo da consultoria independente Macroeconomic Advisers preparado para o instituto Peter G. Peterson Foundation, de Nova York. Além dos 2,1 milhões de postos de trabalho, a incerteza gerada pela questão fiscal aliada ao corte de gastos públicos tiveram o impacto de um ponto porcentual a menos de expansão por ano no produto interno bruto (PIB) do país.

16 dias

A paralisação parcial do governo americano, que mandou para casa sem pagamento cerca de 800 mil servidores públicos, durou duas semanas e dois dias.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]