O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) confirmou ontem a condenação à prisão perpétua para o ex-coronel servo-bósnio Ljubisa Beara e para o tenente-coronel Vujadin Popovic pelo genocídio em 1995 de muçulmanos bósnios em Srebrenica e Zepa.
A sentença da TPII, com sede em Haia, confirma também as penas impostas a outros três oficiais servo-bósnios.
O tribunal ratificou que Popovic e Beara, braço-direito do que fora chefe do exército servo-bósnio, Ratko Mladic, são culpados de genocídio, conspiração para cometê-lo, violação das leis e usos de guerra e crimes contra a humanidade através de sua participação em uma "empresa criminosa conjunta" e, por isso, os juízes confirmaram a condenação a prisão perpétua.
Além disso, foi mantida a pena de 35 anos de prisão para o ex-tenente Drago Nikolic, por colaborar no genocídio, crimes contra a humanidade e violação das leis e usos de guerra. Radivoje Miletic, que não foi acusado de genocídio, teve sua pena reduzida de 19 para 18 anos, e confirmada sua participação na mesma empresa criminosa. Vinko Pandurevic foi condenado por colaborar e ser cúmplice de violações das leis e usos de guerra e de crimes contra a humanidade, além de não evitar e castigar os crimes cometidos por seus subordinados.
Limpeza étnica
Os servo-bósnios tomaram Srebrenica em julho de 1995 e assassinaram cerca de oito mil homens muçulmanos, enquanto o restante da população foi expulsa, no pior caso de genocídio e limpeza étnica das guerras da antiga Iugoslávia. Desde sua criação, o TPII acusou 161 pessoas por graves violações da lei humanitária cometidas no território da antiga Iugoslávia entre 1991 e 2001.
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