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O Dia do Trabalho deste ano na Venezuela não fugiu da tensão vivida no país desde as eleições gerais do último 14 de abril, vencidas por Nicolás Maduro, e foi marcado por manifestações tanto de chavistas como de opositores em meio a crise política.

Nos últimos dias, os chavistas convocaram seus seguidores para marchar em defesa das políticas da "revolução bolivariana", enquanto os opositores defendiam um aumento salarial de 40% e se manifestavam contra da falta de negociação de contratos coletivos e outras medidas.

Os incidentes registrados na Assembleia Nacional ontem também reforçaram as manifestações registradas nas ruas nesta quarta-feira.

"Hoje, no Dia do Trabalho, toda nossa Venezuela deve se mobilizar a favor de seus direitos!", assinalou o líder opositor e ex-candidato presidencial, Henrique Capriles, em sua página do Twitter.

"Feliz dia a todos os Trabalhadores de nossa amada Venezuela, com a UDS sempre! Hoje lembremos também os milhões de desempregados", indicou o opositor, que também demonstrou solidariedade com os "trabalhadores públicos que hoje são obrigados a caminhar sob ameaça do desemprego".

"Hoje também lembremos os milhões de trabalhadores da economia informal, os que não têm seguridade social e que sofrem perseguição!", completou Capriles.

Maduro, por sua parte, assinou ontem o decreto que aumenta em 20% o salário mínimo (US$ 390) na primeira das correções anuais que anunciou que desenvolverá.

"É um salário justo, garantido, correto, acima da inflação. 20% agora em maio e, em setembro, mais 10%. É um sistema que o comandante Hugo Chávez nos disse para criar e ele foi criado", afirmou.

Em um ato com trabalhadores, o presidente venezuelano incentivou os dirigentes sindicais a se manifestarem hoje e contar "a verdade" sobre os benefícios que os trabalhadores possuem agora em comparação com o período prévio a chegada de Chávez ao poder, em 1999.

As agressões aos deputados opositores ontem na Assembleia Nacional, onde vários legisladores foram golpeados após terem o direito de palavra negado, reforçou as manifestações dos opositores ao chavismo.

No Dia do Trabalhador "teremos oportunidade de ir às ruas pacificamente e demonstrar que somos diferentes, demonstrar que queremos um país diferente", indicou ontem o opositor Julio Borges, um dos deputados agredidos no Parlamento.

O Primeiro de Maio na Venezuela também chega sob as denúncias de trabalhadores, sindicatos e organizações políticas, as quais abordam a perseguição aos empregados públicos por supostamente terem votado a favor do candidato opositor.

A Venezuela se encontra imersa em uma crise política desde a eleição geral, vencida por Maduro com a estreita margem de 225 mil votos sobre Capriles, que, por sua vez, não reconhece o resultado e anunciou que impugnará as eleições depois de ter a possibilidade de recontagem negada.

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