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Garota exige a renúncia do ditador Ali Abdullah Saleh, no Iêmen, durante protesto em frente da universidade da capital | Khaled Abdullah/Reuters
Garota exige a renúncia do ditador Ali Abdullah Saleh, no Iêmen, durante protesto em frente da universidade da capital| Foto: Khaled Abdullah/Reuters

Horas após o ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, reiterar sua disposição em renunciar ao cargo, um assessor do governo e um líder da oposição disseram que as negociações para a transição de poder foram paralisadas no sábado à noite e ainda não têm previsão para serem retomadas.

Enquanto isso, o partido Con­­gresso Geral do Povo (CGP), governista, se reuniu e anunciou que o país precisa de um novo governo e os rebeldes to­­maram rádios e prédios do governo.

Um assessor do general Ali Mohsen indicou a paralisação dos trabalhos ainda na noite de ontem e disse que não há previsão para que as conversas sejam retomadas. A oposição confirmou a informação.

O domingo foi marcado ainda por uma forte ofensiva dos rebeldes opositores, que, portando armas, invadiram uma rádio local, uma fábrica de armas e diversos prédios do governo e das forças de segurança na província de Abyan, no sul do país, e pela reunião do partido Congresso Geral do Povo.

Um dos moradores desta província explicou que homens armados, alguns dos quais pertencem a grupos jihadistas (radicais islâmicos), tomaram o controle de edifícios governamentais nas cidades de Zinyibar (capital de Abyan), Yaar e Yafe.

O partido do ditador Saleh recomendou ao governo a formação de um novo governo que possa redigir um rascunho para uma nova constituição, baseada num sistema parlamentarista, de acordo com as reformas oferecidas pelo ditador.

Invasões rebeldes

Em Zinyibar, a 40 quilômetros ao leste do porto meridional de Áden, os homens armados capturaram a sede das autoridades locais, o escritório dos serviços secretos iemenitas e o edifício do organismo encarregado da luta contra a malária. Na cidade vizinha de Yaar, controlaram uma fábrica de armas, o edifício da rádio local e um edifício que pertence às autoridades locais.

Testemunhas disseram que os guardas destes edifícios aban­­donaram seus postos após receber advertências de possíveis ataques.

Até o fim da tarde de domingo, não havia sido informada a existência de enfrentamentos entre policiais e agressores.

Ditador se pronuncia

Mais cedo, o ditador iemenita, Ali Abdullah Saleh, insistiu em sua disposição de renunciar ao poder, mas de uma maneira pacífica e sem permitir que se alastre o caos, em entrevista divulgada neste domingo pelo site do canal Al Arabiya.

"Não tenho nenhum problema para renunciar ao poder, nem insisto nele. Sou responsável pela segurança do país e devo conduzi-lo a um porto seguro", insistiu Saleh, que ne­­gou as informações sobre uma suposta saída do poder em 60 dias.

O ditador iemenita incentivou o diálogo para uma transição "do poder de uma maneira pacífica ao povo". "O povo é quem elege e se elegerem os o­­po­­sitores, damos boas-vindas, mas mediante golpes de estado, não", acrescentou Saleh.

Na entrevista, o ditador denunciou que cada vez que seu país apresenta uma iniciativa a oposição "aumenta seus pedidos".

Além disso, criticou os grupos opositores porque, segundo ele, querem levar o país "ao desconhecido e ao caos", e qualificou suas ações e reações de "incorretas".

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