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Ministros do Meio-Ambiente chegaram neste sábado a um acordo que definiu diretrizes para estender pacto climático do Protocolo de Kyoto para além de 2012, encerrando duas semanas de impasse nas conversas da ONU destinadas a frear o aquecimento global.

Minutos depois de aprovar a resolução, ministros ainda concordaram em lançar novas conversas sobre maneiras de lutar contra o aquecimento global, superando objeções dos Estados Unidos, que haviam se recusado a participar das discussões.

O encontro de Montreal haviam se arrastado até quase o amanhecer deste sábado, em parte por causa de objeções de última hora feitas pela Rússia.

- Essa foi uma das conferências da ONU sobre mudanças climáticas mais produtivas de todos os tempos. Esse plano define o rumo para ações futuras sobre as mudanças climáticas - disse Richard Kinley, chefe do Secretariado de Mudanas Climáticas da ONU.

Ambientalistas comemoraram, com abraços e até mesmo choro, depois que os delegados transmitiram o que classificaram de decisões históricas sobre o tema.

- Havia muitos pontos potenciais neste encontro em que o mundo poderia ter desistido devido aos métodos do governo Bush, mas isso não aconteceu - disse Jennifer Morgan, especialista em mudanas climáticas da Organização Não-Governamental WWF.

- E nós devemos confiar que essa resolução trará cortes mais profundos nas emissões a fim de evitar impactos muito devastadores nas mudanças climáticas - ela disse.

As conversas em Montreal seguiram duas trilhas paralelas, uma buscando aprofundar o Protocolo de Kyoto e outra sobre o acordo climático da ONU que gerou o protocolo de Kyoto.

Os EUA, principais emissores de gases de efeito estufa, e a Austrália se recusaram a ratificar o protocolo, mas são membros do tratado da ONU. Washington, inicialmente, havia se recusado a apoiar um diálogo mais amplo, temendo que isso levasse a um comprometimento sobre cortes nas emissões.

A decisão de Kyoto recomenda que as nações ricas definam rapidamente novas metas para além de 2012, mas sem estabelecer um prazo.

Sob Kyoto, cerca de 40 nações industrializadas devem cortar suas emissões em 5,2% em relação ao registrado em 1990, no período entre 2008 e 2012.

Mas países em desenvolvimento, com a China, a Índia e o Brasil, não têm metas de acordo com o protocolo e dizem que os países ricos industrializados devem liderar os cortes nas emissões por terem dado combustível a suas economias com carvao, petróleo e gás desde a Revolução Industrial.

A renovação do Protocolo de Kyoto daria aos países membros sete anos para negociar e ratificar acordos até o fim da primeira fase, em 2012. A maior parte dos países concorda que cortes mais profundos serão necessários para evitar o caos climático nas próximas décadas.

O aquecimento global é amplamente atribuído a um aumento dos gases produzidos pela queima de combustíveis fósseis em usinas, automóveis e fábricas.

Com as conversas encerradas, um grande sinal de alívio se espalhou pelo vasto hall da conferência, depois de uma sessão de 20 horas que deixou delegados exaustos e um tanto emotivos.

- Nós estamos deliciados - disse Margaret Beckett, secretária do Meio Ambiente da Grã-Bretanha, país atualmente à frente da presidência rotatória da União Européia. - Isso é o fruto de um trabalho de um ano para nós.

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