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Três dos quatro principais grupos terroristas da Irlanda do Norte anunciaram nesta sexta-feira (27) uma fusão para se tornar um novo IRA, segundo comunicado dos dissidentes ao jornal britânico "The Guardian". Os dissidentes asseguraram irão funcionar com uma estrutura unificada e sob uma única liderança e prometerem novos ataques contra policiais e alvos britânicos.

A formação do novo IRA conta com o grupo Ação Republicana contra as Drogas (RAAD), que tem se concentrado na repressão violenta do narcotráfico na localidade de Derry e outros dois movimentos "republicanos não conformistas": o IRA Verdadeiro (RIRA) e as Facções Republicanas Independentes. O IRA da Continuidade (CIRA) ficou de fora da suposta fusão por motivos até o momento desconhecidos e se tornou o único grupo terrorista que atua de maneira independente na Irlanda do Norte.

"Nos últimos anos a criação de uma Irlanda livre e independente tem sofrido um retrocesso devido ao fracasso dos líderes do nacionalismo", diz o comunicado, em referência ao afastamento de republicanos radicais do tratado de paz promovido pelo vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte, Martin McGuinness, do partido nacionalista Sinn Féin e ex-líder do IRA.

A nova organização, que conta com centenas de dissidentes armados, segundo o comunicado, planeja intensificar os ataques dirigidos a forças de segurança e a outros símbolos da presença britânica, como os escritórios do Ulster Bank ou as comemorações de Derry como a cidade britânica da cultura em 2013, de acordo com o jornal britânico.

A Irlanda do Norte foi palco de graves conflitos e atentados promovidos por grupos leais à monarquia britânica, como a Força Voluntária Ulster (UVF), e separatistas do IRA. A violência marcou a história do território e foi tema de canções da banda irlandesa U2, como o single "Sunday Bloody Sunday", que narra o massacre de 26 manifestantes em Derry, em 30 de janeiro de 1972. Os tiros foram disparados por soldados do Exército britânico, em um momento de grande tensão entre os grupos rivais.

Em 2005, o IRA anunciou que abandonaria a luta armada, o que resultou em uma trégua na guerra entre republicanos e monarquistas, no entanto, grupos dissidentes do IRA continuaram a atuar.

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