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Viktor Bout, condenado nesta quinta-feira (3) nos EUA por contrabando de armas, acompanhado por policiais ao chegar ao tribunal de Bangcoc, em 2010 | Damir Sagolj/Reuters
Viktor Bout, condenado nesta quinta-feira (3) nos EUA por contrabando de armas, acompanhado por policiais ao chegar ao tribunal de Bangcoc, em 2010| Foto: Damir Sagolj/Reuters

Um conhecido traficante russo de armamentos, acusado de fugir das autoridades durante anos enquanto alimentava a violência em países e regiões em guerra ao redor do mundo, foi condenado na noite desta quarta-feira (2) por um tribunal nos Estados Unidos, sob acusações de que conspirou para vender armas a guerrilheiros na América do Sul. Viktor Bout, conhecido como o "mercador da morte", foi considerado culpado em quatro acusações de conspiração - que poderão significar uma sentença de prisão perpétua nos EUA.

Bout foi capturado pela agência antidrogas do governo americano (DEA, na sigla em inglês) em 2008 na Tailândia e extraditado aos EUA, com objeções do governo russo.

"Esse sujeito sem dúvida é um dos mais perigosos do mundo no tráfico de armas e precisamos garantir que ele fique atrás das grades", disse Michael Braun, um ex-agente da DEA envolvido nas investigações que levaram à captura de Bout.

As provas mostraram que Bout, de 44 anos, era alguém "pronto a vender um arsenal que faria inveja às forças armadas de um país pequeno", disse o advogado-geral do governo dos EUA Preet Bharara, em comunicado. Os advogados de Bout disseram que apelarão da sentença, seja qual for.

Por quase duas décadas, o ex-militar soviético construiu uma rede mundial de tráfico de armas, o qual era feito em aviões cargueiros próprios. Bout chegou a ter uma frota de 60 aviões e uma fortuna pessoal de US$ 6 bilhões. Seus aviões voavam de Angola ao Afeganistão, transportando tudo, de peixe congelado a equipamentos para bares e restaurantes - mas a carga verdadeira, escondida, eram rifles de assalto, munições, mísseis antiaéreos, helicópteros artilhados e sistemas de armas, quase sempre obtidos em antigos arsenais russos e do Leste Europeu.

Em 2008, quando já estava sob sanções das Nações Unidas e não podia deixar a Rússia, Bout foi visitado em Moscou por um colega que lhe pediu armas para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O suposto enviado das Farc era um informante da DEA. No começo, Bout não quis saber do negócio com as Farc, porque temia se envolver com o tráfico de drogas. Mas ele desistiu quando lhe ofereceram um pagamento de US$ 20 milhões pelos armamentos. Ele finalizou o acordo com os informantes da DEA em um hotel em Bangcoc, na Tailândia, em março de 2008. Alguns dias depois, foi preso. A sentença será emitida em 8 de fevereiro.

As informações são da Associated Press.

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