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Hu Jintao, o presidente | Louisa Gouliamaki/AFP
Hu Jintao, o presidente| Foto: Louisa Gouliamaki/AFP
  • Wu Bangguo, líder do Congresso
  • Wen Jiabao, o primeiro-ministro

Pequim - Uma assembleia composta pelos principais líderes do Partido Comunista chinês de­­cidirá, no fim de 2012, quem vai governar a China pela próxima década. Embora ainda falte mais de um ano e meio para a troca de comando, o gru­­po vai herdar a liderança da segunda maior economia do mundo e sua composição atrai atenção desde já entre analistas baseados na Ásia. A troca de comando na política chinesa em 2012, assim como ocorreu nos anos cruciais de 1978, 1989 e 1992, terá um efeito decisivo sobre as prioridades do país nos próximos anos, e por isso os nomes po­­tencialmente credenciados para a sucessão de Hu Jintao e Wen Jiabao já estão sob intenso escrutínio.

A grande mudança prevista para 2012 está na aposentadoria dos três principais líderes chineses, o que se soma à provável substituição de ao menos sete dos nove membros do Politburo chinês, o mais importante órgão político de tomada de decisões no país. Apenas Xi Jinping e Li Keqiang, apontados como os prováveis novos líderes nos dois cargos mais elevados da China, permanecerão no 18.º Comitê Permanente do Polit­­buro. Os demais sete assentos em aberto provavelmente se­­rão ocupados por alguns dos políticos que agora integram o grupo mais amplo do Politburo, formado por 25 membros.

Entretanto, até agora não há previsão de predominância de uma liderança individual por um ou outro membro do Partido Comunista. A perspectiva é que o novo Politburo reflita um equilíbrio mais irregular de poder en­­tre diferentes redes políticas. Ain­­da assim, o desafio de direcionar o crescimento econômico da China para um modelo mais sustentável e conduzido pelo consumo interno provavelmente irá intensificar a transição política, reequilibrando o poder político menos em direção às áreas ricas da costa chinesa e mais em direção ao interior ainda pobre e subdesenvolvido do país.

Novos líderes

A transição política no comando da China será determinada pela aposentadoria dos três homens mais poderosos do país atualmen­­te: o presidente Hu Jiantao, o pri­­meiro-ministro Wen Jiabao e o presidente do Parlamento chinês, Wu Bangguo. Além disso, sete dos nove membros atuais do Comitê do Politburo serão substituídos por rostos menos familiares, permitindo a ascensão de uma quinta e uma sexta gerações de líderes que irá significar um período de rearranjo e reorientação para o país. Como nos anos cruciais de 1978, 1989 e 1992, quando as reformas que mudaram a China foram lançadas, depois pa­­ralisadas e posteriormente retomadas, essa mudança de poder está coincidindo com outro provável ponto de virada que irá dar forma às reformas do­­mésticas e políticas prioritárias da China por al­­gum tempo, alertam Da­­mien Ma e Evan Feigenbaum, analista e diretor do Eurasia Group na Ásia.

"Embora o resultado final do processo não vá estar claro até que as decisões finais se­­jam tomadas dentro de dois anos, a campanha pelos cargos políticos mais elevados já está a todo vapor, e isso tornou possível examinar vários ce­­nários", afirmam.

Ma e Feigenbaum observam que, embora a tomada de decisões na China seja atualmente negociada entre um conjunto crescente e diverso de interesses estatais e privados, as decisões cruciais continuam a ser tomadas por um pequeno comitê no topo do Par­­tido Comunista chinês, as­­sim como a direção geral do país. Entre eles, a tomada de de­­cisão é um processo coletivo: não há nenhuma figura como Mao Tsé-tung ou Deng Xiaoping dirigindo o partido com mão única. Dentro dessa assembleia exclusiva no topo do Partido Comunista chinês, grupos políticos concorrentes competem por influência e oferecem suas próprias prescrições para a política a ser adotada.

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