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O soldado israelense Gilad Shalit será libertado em algum momento da próxima semana depois de cinco anos de cativeiro na Faixa de Gaza, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses.

A expectativa é que a troca seja feita em território egípcio, em locais ainda não revelados situados no deserto do Sinai.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que intermediou trocas anteriores, ofereceu seus serviços como intermediário neutro e está discutindo isso com Israel e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, disse um porta-voz da organização em Genebra.

O timing e a execução da troca não foram divulgados, mas a mecânica aproximada pode ser entendida com os detalhes obtidos de fontes palestinas e israelenses.

A troca começará com iniciativas simultâneas e cuidadosamente cronometradas em algum lugar do Egito. Mas é provável que Gilad Shalit e os homens e mulheres por quem ele será trocado não chegarão nem perto de se verem.

O acordo, que levou mais de três anos para ser finalizado, tendo as negociações fracassado em pelo menos duas ocasiões, foi fechado finalmente na semana passada, com mediação egípcia, entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas.

Foi assinado e anunciado pelas duas partes na noite de terça-feira (11).

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, telefonou na quinta-feira (13) para o chefe do conselho militar egípcio, marechal de campo Mohammed Hussein Tantawi, para agradecê-lo em nome de todos os israelenses pelos "bem-sucedidos esforços intensivos" do Cairo.

A lei israelense, que estipula um período de 48 horas para que qualquer cidadão apresente oposição formal à soltura de qualquer prisioneiro, e o feriado religioso judaico desta semana, significam que a operação provavelmente não se realizará antes da próxima terça-feira.

Shalit por quase 500 presos

Gilad Shalit está com 25 anos e é o foco de uma campanha carregada de emoção desde pouco após sua captura, em junho de 2006. Ele foi visto pela última vez, com aparência pálida e magra, em um vídeo de 2009 filmado por seus captores. É certeza que será recebido como herói em Israel.

O lado palestino também se prepara para festejar a soltura de 450 homens e 27 mulheres, incluindo prisioneiros veteranos que estão encarcerados em prisões israelenses há 30 anos.

Alguns serão recebidos em suas casas. Outros serão exilados em países terceiros, ainda não identificados, sem colocarem os pés em solo palestino.

Um membro de uma facção militante de Gaza que está envolvido nos arranjos para receber prisioneiros previstos para retornar ao enclave prevê que a troca será efetuada na terça-feira, "se tudo transcorrer bem".

Israel ocupou a Faixa de Gaza de 1967 a 2005, quando retirou seus colonos e tropas. Em 2007 o controle do enclave foi tomado pelos militantes do Hamas, que expulsaram o movimento palestino Fatah, com a promessa de jamais reconhecer Israel e continuar a combater "a entidade sionista".

Em algum lugar de Gaza está a cela secreta onde Shalit, sequestrado em um ataque do Hamas e de pistoleiros aliados que escavaram um túnel sob a linha de frente, é mantido prisioneiro há anos, sem visitantes, com o objetivo de extrair o máximo de concessões de Israel numa troca de prisioneiros.

A previsão é que Shalit seja levado para território egípcio, atravessando a fronteira sudoeste da Faixa de Gaza, enquanto grupos de prisioneiros palestinos são transferidos de prisões israelenses para a fronteira egípcia nas proximidades de Eilat.

Os ex-inimigos Egito e Israel estão em paz desde 1979, de modo que não há obstáculo político que impeça uma cooperação entre suas forças de segurança para facilitar a troca.

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