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Barcos da Marinha da Coreia do Sul patrulham o Mar Amarelo nas proximidades da fronteira marítima com a Coreia do Norte: região é cenário de disputa entre os dois países desde 1950 | Marinha da Coreia do Sul/AFP
Barcos da Marinha da Coreia do Sul patrulham o Mar Amarelo nas proximidades da fronteira marítima com a Coreia do Norte: região é cenário de disputa entre os dois países desde 1950| Foto: Marinha da Coreia do Sul/AFP

Reaproximação

EUA reatam diálogo com Pyongyang

Folhapress

Washington - No mesmo dia em que duas embarcações das Coreias do Sul e do Norte voltaram a trocar tiros na disputada fronteira marítima do Mar Amarelo após sete anos, os EUA anunciaram que reatarão o diálogo nuclear bilateral com Pyongyang.

Segundo o Departamento de Estado, o enviado especial dos EUA para assuntos norte-coreanos, Stephen Bosworth, deverá viajar até o fim do ano ao país asiático para retomar negociações abandonadas pelo regime do ditador Kim Jong-il em abril – após condenação da ONU ao disparo de um míssil.

O anúncio vem após meses de acenos de Pyongyang pela reaproximação com os EUA após a crise gerada pela realização do segundo teste nuclear de sua história, em maio – que levou à aplicação da quarta rodada de sanções contra o regime. O porta-voz da Chancelaria dos EUA, P.J. Crowley, não disse, porém, se a Coreia do Norte prometeu retornar ao diálogo com o Grupo dos Seis – os dois países, Coreia do Sul, Japão, China e Rússia –, condição dos EUA para o diálogo bilateral.

  • Entenda como foram os ataques marítimos

Seul - Embarcações das Coreias do Nor­­te e do Sul trocaram tiros na ma­­nhã de ontem perto dos limites marítimos entre os dois países no Mar Amarelo. A troca de tiros, aparentemente iniciada por um disparo de advertência efetuado pela embarcação sul-coreana, durou cerca de dois minutos e elevou a tensão na região às vésperas da visita do presidente dos EUA, Barack Obama, à Ásia.

Esta foi a primeira vez em sete anos em que embarcações das Coreias do Norte e do Sul engajaram-se nesse tipo de ato hostil. Trata-se também do primeiro episódio de violência entre os dois países em um ano no qual Pyong­­yang provocou agitação em Seul e outras capitais por causa de seu programa nuclear.

A Casa Branca advertiu a Co­­reia do Norte contra qualquer ação que possa ser vista como uma "escalada". "Eu gostaria de dizer aos norte-coreanos que nós esperamos que não aconteçam outras ações no Mar Amarelo que possam ser vistas como uma escalada", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, a bordo do avião presidencial dos Estados Unidos, o Air Force One. Gibbs acompanhava Obama numa viagem ao Texas.

Até a noite de ontem, pelo ho­­rário local na Península Coreana, não havia indícios quanto a uma possível escalada do incidente, apesar de os dois países terem apresentado relatos divergentes sobre o ocorrido e protestado verbalmente um contra o outro.

De acordo com os relatos disponíveis, uma patrulha naval sul-coreana teria causado extensos danos a uma embarcação militar da Coreia do Norte durante a troca de tiros em mar aberto.

Depois de uma reunião com assessores, o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, orientou o Exército a agir com firmeza, mas mantendo a calma para impedir que a situação venha a piorar, in­­formou a assessoria de imprensa do chefe de Estado.

O primeiro-ministro Chung Un-chan acusou a embarcação nor­­te-coreana de ter promovido "um ataque direto" contra o barco de patrulha sul-coreano, mas admitiu a possibilidade de o episódio ter sido "acidental".

A Coreia do Norte, por sua vez, divulgou nota por intermédio da mídia estatal do país na qual exigia de Seul um pedido de desculpas pelo incidente, qualificado por Pyongyang como um ato provocativo por parte da armada sul-coreana.

A fronteira marítima, conhecida como Linha Limítrofe Norte, foi cenário de batalhas navais com mortes em 1999 e em 2002 e tem sido um constante foco de tensão.

No mês passado, a Marinha da Coreia do Norte acusou a Coreia do Sul de enviar navios de guerra para cruzar a fronteira e advertiu que as provocações poderiam causar confrontos armados.

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