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Beirute – O governo do Líbano começa a enviar hoje 15 mil soldados para o sul do país, conforme determina a resolução do Conselho de Segurança aprovada na semana passada. Por sua vez, a França aceitou ontem chefiar os 15 mil homens da força internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), a Unifil. As duas tropas devem trabalhar juntas para manter a segurança até que Beirute assuma o controle da região, historicamente dominada pelo grupo Hezbollah.

Será a primeira vez em duas décadas que o Exército libanês irá se posicionar ao longo da fronteira israelense. Os soldados começam a se deslocar pela manhã para a região ao sul do Rio Litani, a cerca de 20 quilômetros de Israel.

A ministra francesa da Defesa, Michele Alliot-Marie, enfatizou que o país espera que o contingente da Unifil, que já possui 2 mil soldados sob o controle da França, tenha funções claramente definidas e poder suficiente para cumprir suas obrigações.

Depois de dois dias de apelos da ONU, 14 países teriam se oferecido para enviar tropas. A Itália anunciou que poderá mandar até 3 mil homens. Portugal, Austrália, Alemanha, Nova Zelândia e Grécia estariam dispostos a tomar parte.

Ontem, Israel deu início à sua retirada da região e entregou algumas de suas posições à Unifil. O país mantinha 30 mil soldados em ação no Líbano.

O gabinete libanês, que conta com dois ministros do Hezbollah, negou que as tropas de paz tenham como função o desarmamento do grupo – apesar de ter emitido uma declaração dúbia, em que afirma que a presença de "quaisquer grupos armados ou autoridade fora da jurisdição do Estado" será proibida.

O premier Fouad Siniora, em pronunciamento à nação, disse que "a missão do Exército é defender os direitos dos cidadãos, o dever e o direito do Estado de estender sua autoridade por todo o território do país, de modo a que nenhuma arma exista fora de sua autoridade."

Mas o ministro da Informação, Ghazi Aridi, deixou claro que a determinação não inclui o Hezbollah: "Não haverá nenhum confronto com os irmãos do Hezbollah. Não é essa a missão do Exército. Eles [soldados] não vão perseguir ou se vingar. Aliás, nossos irmãos do Hezbollah disseram que, se fossem encontradas armas, deixariam que o Exército ficasse a cargo delas", acrescentou.

O presidente Émile Lahoud foi ainda mais incisivo: "As armas da resistência [Hezbollah] foram as únicas, de todas as árabes, que tiveram sucesso em confrontar e derrotar Israel".

Além do desarmamento, outra questão controversa é a retirada do Hezbollah do sul do país. Ontem, um de seus líderes, o xeque Nail Kaouk, disse que o grupo xiita não terá uma "presença militar visível", deixando claro o interesse xiita em manter o controle sobre a região.

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