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Tropas quenianas cruzaram a fronteira com a Somália para atacar os rebeldes islamitas dos Shebab, acusados de ter sequestrado recentemente quatro estrangeiros no Quênia, entre eles duas espanholas, anunciou um porta-voz neste domingo (16).

"Entramos na Somália para perseguir os Shebab, que são responsáveis por ataques e sequestros em nosso país", afirmou o porta-voz do governo queniano, Alfred Matua. Um grande número de soldados, caças e helicópteros ultrapassaram a fronteira.

Várias testemunhas confirmaram movimentos de tropas da região e viram caminhões de soldados avançarem em direção à fronteira com a Somália.

O ataque ocorreu um dia após o ministro queniano de Segurança Interior, George Saitoti, qualificar os Shebab de "inimigos" e prometer atacá-los.

"Não se pode tolerar que isto continue, e isto significa que de agora em diante perseguiremos os inimigos, que são (islamitas somalis) shebab, onde quer que se encontrem, incluindo em seu país", disse Saitoti à imprensa.

Homens armados sequestraram na quinta-feira (13) no Quênia duas espanholas que trabalhavam para o Médicos sem Fronteiras (MSF), após capturar no dia 11 de setembro uma turista britânica, Judith Tebbutt, e uma francesa, Marie Dedieu, no dia 1 de outubro. As autoridades quenianas acreditam que todas estas mulheres foram levadas à Somália.

As espanholas, que trabalham para o Médicos sem Fronteiras (MSF), foram sequestradas em um acampamento de refugiados em Dadaab, no leste do Quênia, perto da fronteira com a Somália.

O Quênia apoia as milícias somalis pró-governamentais que lutam contra os islamitas Shebab nas zonas fronteiriças entre os dois países.

Neste sábado (15), tropas do governo somali - que tem o apoio do Ocidente - recuperaram o controle da cidade de Qoqani, até então nas mãos dos Shebab, na região de Juba, perto da fronteira com o Quênia.

O ataque foi apoiado por bombardeios aéreos, segundo autoridades e testemunhas, mas Matua informou que a aviação queniana não participou da ofensiva.

"Nossa integridade territorial está sendo ameaçada (desde a Somália pelos Shebab) e não podemos permitir que isso ocorra", havia afirmado, no entanto, o ministro queniano Saitoti antes do ataque.

Por sua vez, forças americanas realizaram nos últimos anos operações militares contra militantes da Al-Qaeda que, acredita-se, estejam escondidos na Somália, utilizando inclusive aviões não tripulados.

Os Shebab, vinculados à Al-Qaeda, controlam boa parte do sul da Somália. Travam intensos combates com as milícias locais somalis apoiadas pelas tropas quenianas ao longo da zona fronteiriça entre os dois países.

A Somália, um país sem lei nem governo efetivo, está afundada desde 1991 em uma série de episódios de confrontos civis, o que abre espaço para a pirataria, as milícias armadas e os rebeldes extremistas.

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