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O presidente Donald Trump anunciou nesta terça-feira (8) que teve uma conversa com o presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck-soo, para tratar de acordos bilaterais envolvendo tarifas comerciais, correção de desequilíbrios na balança entre os dois países e a “compensação” pelo aparato de defesa militar que os Estados Unidos mantêm na Península Coreana.
"Temos em mãos a possibilidade de um grande acordo para ambos os países", escreveu Trump em sua rede Truth Social. "A equipe de negociação da Coreia do Sul já está a caminho dos Estados Unidos, e as coisas estão parecendo boas”, afirmou.
Trump afirmou que muitos outros países estão negociando e dispostos a "chegar a um acordo com os Estados Unidos" e explicou que, "assim como com a Coreia do Sul", Washington está "tratando de outras questões que não são cobertas pelo comércio e pelas tarifas".
Embora o presidente dos EUA tenha se mostrado aberto a negociações sobre sua política comercial agressiva, argumentou nos últimos dias que não quer apenas que outros países eliminem suas próprias tarifas ou corrijam seus déficits comerciais, mas que quer ver derrubadas o que considera barreiras não tarifárias, desde práticas de política monetária até estruturas regulatórias e até mesmo o imposto sobre valor agregado (IVA).
Ao mesmo tempo, Trump - como fez no dia anterior com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu - enfatizou o apoio de Washington à segurança de um de seus principais parceiros na Ásia, um dispositivo que ele tem usado para forçar sua posição nas negociações com todos os seus aliados militares.
O político republicano disse que com Han, que exerce como presidente interino da Coreia do Sul até as eleições de 3 de junho, foram discutidos o "tremendo e insustentável" superávit comercial sul-coreano, as tarifas e a construção naval, uma das áreas em que Washington está mais interessado em cooperar com Seul, especialmente no campo militar, a fim de fechar a lacuna com a força naval da China.
O presidente dos EUA também assegurou que ambos discutiram "a compra em grande escala" de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA, um dos mecanismos que a Coreia do Sul vem contemplando há meses para tentar corrigir seu superávit com a principal economia do mundo, ou um projeto conjunto com empresas japonesas para construir um oleoduto no Alasca, pelo qual Trump demonstrou entusiasmo, mas que a imprensa do país asiático vê como pouco viável.
Trump também aproveitou a oportunidade para mencionar a China, que garantiu que não recuará em sua retaliação comercial contra os EUA.
"A China também quer chegar a um acordo, mas não sabe como iniciá-lo. Estamos aguardando sua ligação, isso vai acontecer!", previu.