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Presidente dos EUA, Donald Trump, discursa na Assembleia Geral da ONU, em 22 de setembro de 2020| Foto: Divulgação/Rick Bajornas/Nações Unidas (UN)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou a tribuna das Nações Unidas para defender o nacionalismo, exaltando também suas recentes vitórias nas relações internacionais, a resposta de seu governo à pandemia de Covid-19, sem deixar de culpar a China - e a OMS - pela propagação global da doença que já matou mais de 900 mil pessoas em todo o mundo.

Veja os principais tópicos abordados pelo presidente americano nesta terça-feira (22) durante a 75ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que excepcionalmente ocorre de maneira virtual por causa da pandemia.

Pandemia

Vamos distribuir uma vacina, derrotaremos o vírus, acabaremos com a pandemia e entraremos em uma nova era de prosperidade, cooperação e paz sem precedentes.

Em um discurso gravado, Trump disse que os Estados Unidos lançaram "a mais agressiva mobilização desde a Segunda Guerra Mundial" para conter "o vírus chinês", citando uma produção recorde de respiradores mecânicos, a redução da mortalidade pelo coronavírus nos EUA em 85% desde abril e os esforços do governo americano que viabilizaram que três vacinas contra a Covid-19 estejam em sua fase final de testes clínicos.

China

O governo chinês e a Organização Mundial da Saúde - que é virtualmente controlada pela China - declararam falsamente que não havia evidência de transmissão [da Covid-19] de pessoa para pessoa... As Nações Unidas devem responsabilizar a China por suas ações.

Depois de defender a resposta da Casa Branca à pandemia, o presidente republicano mirou suas palavras contra a China, exigindo que as autoridades do país sejam responsabilizadas por "disseminar esta praga para o mundo". "A China condenou minha proibição de viajar para o país, mesmo tendo cancelado voos domésticos e trancado cidadãos em suas casas", argumentou Trump.

Mas as críticas à China não ficaram restritas à pandemia. O presidente acusou o governo chinês de jogar milhões de toneladas de plástico e lixo nos oceanos, praticar pesca comercial em territórios de outros países, destruir recifes de corais e emitir mais mercúrio tóxico na atmosfera do que qualquer país no mundo. "As emissões de carbono da China são quase o dobro das dos EUA e estão aumentando rapidamente", afirmou Trump, alegando também que, no ano passado, os EUA reduziram suas emissões de carbono mais do que qualquer país signatário do Acordo de Paris, mesmo tendo abandonado o pacto.

"Aqueles que atacam o excepcional histórico ambiental da América, ignorando a poluição galopante da China, não estão interessados no meio ambiente. Eles só querem punir a América e não vou tolerar isso", concluiu.

Força militar

Temos o exército mais poderoso em qualquer lugar do mundo.

No que parece ter sido um recado indireto para a China, Trump afirmou que o exército americano aumentou substancialmente em tamanho. Desde que o republicano assumiu a presidência, as forças armadas dos EUA reverteram uma política militar focada na "guerra ao terror" para investir na preparação para um possível confronto entre potências. Trump disse que nos últimos quatro anos o governo americano gastou US$ 2,5 trilhões "em
nossos militares".

Ao dizer que os EUA tem o exército mais poderoso em qualquer lugar do mundo, ele provavelmente estivesse se referindo, em particular, ao Mar da China Meridional, onde os Estados Unidos têm aumentado a presença militar como uma demonstração de força e apoio aos aliados que disputam territórios com a China na região. Os chineses estão, há mais de décadas, investindo e modernizando suas forças armadas. O objetivo é tornar-se uma força militar de classe mundial até 2049. A Marinha chinesa, por exemplo, já é maior em número de embarcações do que a dos Estados Unidos. Contudo ainda está muito distante de alcançar o poder da força naval americana.

Política externa

Adotando uma abordagem diferente, alcançamos resultados diferentes. Resultados muito superiores.

Trump não deixou de citar suas vitórias na política internacional. A mais importante delas: a assinatura dos Acordos de Abraham, que normalizaram as relações de Israel com Emirados Árabes Unidos e Bahrein, os primeiros países do Golfo Pérsico a estabelecerem laços diplomáticos e comerciais com a nação judaica.

Trump também citou o acordo de paz entre Sérvia e Kosovo, firmado há poucos dias na Casa Branca, o fim do califado do autoproclamado Estado Islâmico, e as negociações em andamento para o fim da guerra do Afeganistão.

"A América está cumprindo nosso destino como pacificadora. Mas é paz pela força. Estamos mais fortes agora do que nunca, nossas armas estão em um nível avançado como nunca antes, como, francamente, nunca pensamos em ter antes, e só rezo a Deus para que nunca tenhamos que usá-las", disse o presidente à Assembleia Geral da ONU.

"America First"

Como presidente, rejeitei as abordagens fracassadas do passado – e estou orgulhosamente colocando a América em primeiro lugar, assim como vocês deveriam colocar seus países em primeiro lugar.

Por último, Trump defendeu o principal lema de seu governo, "a América em primeiro lugar", incentivando outros países a fazer o mesmo. Ele concluiu o discurso afirmando que está "extremamente confiante" de que o próximo ano será "um dos maiores anos da nossa história e, francamente, esperançosamente, na história do mundo".

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