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Republicanos dividem-se quanto às alegações de fraude eleitoral por parte de Trump
O presidente americano, Donald Trump.| Foto: AFP

O candidato a reeleição Donald Trump conseguiu apoios importantes dentro do seu partido para prosseguir com o litígio que visa contestar os resultados da eleição presidencial em alguns estados decisivos.

O líder do Partido Republicano no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, apoiou Trump nesta segunda-feira (9), por não reconhecer a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial. Na opinião do senador, o chefe da Casa Branca está "100% dentro de seus direitos de investigar as alegações de irregularidades e pesar suas opções legais”.

Em seus primeiros comentários desde que Joe Biden atingiu o número de delegados necessários no Colégio Eleitoral para ganhar a presidência, McConnell se tornou o republicano de mais alto escalão a não reconhecer o democrata como presidente eleito. Outro parlamentar que apoiou Trump foi o líder da minoria na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.

O republicano que chefia a bancada da maioria no Senado disse que "se desta vez houve uma irregularidade de uma magnitude que afetou o resultado, então todos os americanos deveriam querer que ela fosse exposta".

"Se os democratas estão confiantes de que isso não aconteceu, eles não têm razão para temer um escrutínio adicional", acrescentou McConnell.

Outros membros do Partido Republicano também correram para apoiar o caso de Trump, incluindo os dois senadores americanos da Geórgia, que exigiram a renúncia do Secretário de Estado do mesmo estado, o republicano Brad Raffensperger, depois que seu gabinete disse que não havia evidências de fraude generalizada no estado.

Também os procuradores-gerais republicanos de cerca de uma dúzia de estados deram seu apoio a um esforço legal pendente na Suprema Corte dos EUA para rejeitar as cédulas pelo correio na Pensilvânia que foram recebidas após o dia da eleição.

Procurador-geral autoriza investigação

O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, autorizou procuradores federais a buscarem "alegações substanciais" de irregularidades na eleição presidencial americana antes que o resultado seja certificado. Barr autorizou os procedimentos apesar de não apresentar nenhuma evidência de fraude generalizada.

A ação de Barr vem dias depois do democrata Joe Biden alcançar o número de delegados suficientes para vencer Donald Trump. A iniciativa do procurador-geral dá aos procuradores a capacidade de contornar a política de longa data do departamento, que normalmente proibiria tais ações abertas antes da certificação da eleição.

Trump não concedeu a eleição e, em vez disso, está alegando que houve fraude generalizada dos democratas para distorcer a contagem de votos a favor de Biden, contudo o republicano ainda não trouxe provas a público.

Em um memorando aos procuradores dos Estados Unidos, obtido pela Associated Press, Barr escreveu que as investigações "podem ser conduzidas se houver alegações claras e aparentemente críveis de irregularidades que, se verdadeiras, poderiam impactar o resultado de uma eleição federal em um Estado individual."

O memorando também diz que quaisquer alegações que "claramente não afetariam o resultado de uma eleição federal" deveriam ser adiadas até depois que essas eleições fossem certificadas e os promotores deveriam abrir os chamados inquéritos preliminares, o que permitiria aos investigadores e promotores ver se há evidências que os habilitassem a tomar mais medidas de investigação. Barr não identifica nenhum caso específico de fraude suposta no memorando.

"Embora seja imperativo que alegações confiáveis sejam tratadas de maneira oportuna e eficaz, é igualmente imperativo que o pessoal do Departamento exerça a cautela apropriada e mantenha o compromisso absoluto do Departamento com a Justiça, a neutralidade e o não partidarismo", escreveu Barr.

O advogado de campanha de Joe Biden, Bob Bauer, disse em um comunicado que é "profundamente lamentável que o procurador-geral Barr tenha optado por emitir um memorando que apenas alimentará as 'alegações ilusórias, especulativas, fantasiosas ou rebuscadas' contra as quais ele professa se proteger"

"Esse é exatamente o tipo de reclamação que o presidente e seus advogados fazem sem sucesso todos os dias, já que seus processos são julgados em um tribunal após o outro", disse Bauer. E completou: "mas, no final, a democracia americana é mais forte do que qualquer esquema político partidário desajeitado e cínico."

Os Estados têm até 8 de dezembro para resolver as disputas eleitorais, incluindo recontagens e disputas judiciais. Membros do Colégio Eleitoral se reúnem em 14 de dezembro para confirmar o resultado.

Ainda na segunda-feira (9) à noite, o principal procurador do Departamento de Justiça para crimes eleitorais, Richard Pilger, renunciou ao cargo em resposta ao memorando do procurador-geral.

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