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Depois de dois anos e meio trabalhando na Líbia, entre 2007 e o ano passado, o administrador de empresas Pedro Pessoa, 34 anos, diz guardar boas recordações da experiência. Mas ele conta que, até assimilar em seu cotidiano os costumes e a cultura de lá, foi necessário antes entender e se acostumar a uma sociedade em que o fervor religioso e a repressão predominam. "É um país que funciona na base da mão de ferro", define.

Nas oportunidades em que interagiu com cidadãos de lá – por exemplo, em festas sem qualquer bebida alcoólica, onde, às vezes, se sentava ao chão e se comia com as mãos –, o administrador observou que os líbios são bastante interessados na cultura estrangeira. "Eles gostam de se reunir para um café, fumar narguilé".

Pessoa, que trabalhava na construção do aeroporto da capital Trípoli, avalia também que, graças à internet e a viagens ao exterior, parte da nova geração líbia têm hoje uma mentalidade "bem mais aberta". "Viram que o mundo não é só aquilo."

A vida na Líbia também rendeu ao administrador de empresas algumas experiências marcantes com o "jeito Kadafi" de governar. Ele recorda que, certa vez, foi surpreendido por policiais que tinham uma ordem para esvaziar todo o condomínio em que morava. Iriam construir uma estrada no lugar. "Queriam que minha mulher e eu saíssemos na hora, mas depois nos deram 24 horas. Foi aquela coisa bem militar mesmo: ‘é assim e acabou’."

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