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Imagem cedida por universidade suíça mostra restos mumificados num sarcófago de Luxor | Matjaz Kacicnik (Universidade da Basileia)/Efe
Imagem cedida por universidade suíça mostra restos mumificados num sarcófago de Luxor| Foto: Matjaz Kacicnik (Universidade da Basileia)/Efe

Fragmento

Mistérios persistem em meio a um volume grande de informações

Apesar de a descoberta da tumba de Tutancâmon ter dado uma quantidade sem precedentes de informação aos pesquisadores, ainda restam vários mistérios. Um deles é "o fragmento perdido". O artista britânico Adam Lowe explicou que, durante anos, uma parte da parede que foi retirada para tirar os objetos permaneceu na tumba, entre os escombros.

O pedaço desapareceu após a descoberta e pode estar guardado nos porões do Museu Egípcio do Cairo, sugeriu o britânico. A parede "extraviada" foi reconstruída a partir de uma fotografia em preto e branco que Harry Burton fez quando ela ainda estava no lugar.

Detalhes

No jogo de ideias que surgem da relação entre o original e a cópia, Lowe reafirmou a necessidade de "revelar detalhes da tumba e fazer com que as pessoas pensem que ela vai mudando com o tempo". A porta que some e reaparece para a réplica é um exemplo dessa atividade, como as próprias sepulturas faraônicas também são.

"As tumbas não foram concebidas para serem visitadas, a originalidade residia em estar em um lugar fechado; por isso, quando se abrem ao público, elas mudam", disse o artista.

500 mil

A cópia da tumba de Tutancâmon poderá suportar mais de meio milhão de visitantes por ano. Se as autoridades egípcias acharem conveniente, esse número pode ser reduzido. Se for o caso, a afluência de turistas ao túmulo original pode cessar completamente.

Sem os tesouros que a tor­­naram célebre, mas com a magia que ainda a rodeia, a tumba do faraó Tutancâmon já tem uma cópia que, surgida a partir de uma técnica avançada, poderia livrar a original de turistas que a desgastam.

Logo antes de entrar no Vale dos Reis, a imensa necrópole da antiga Tebas, está a casa de Howard Carter, arqueólogo britânico que em 1922 descobriu intacta a câmara funerária do mais famoso faraó egípcio.

No terreno ao lado, surgiu um montículo artificial com uma entrada para a reconstrução da descoberta de Carter. É a réplica da tumba de Tutancâmon, obra do estúdio Factum Arte, sediado em Madri, que foi enviada pela União Europeia ao Egito em 2012. Ela abre hoje ao público.

Após passar um longo tempo guardada e diante da dúvida de qual seria seu destino, as autoridades egípcias finalmente aceitaram que a cópia fosse instalada nas proximidades da cidade de Luxor, no sul do país, como se concebeu desde o início.

Essa nova "irmã gêmea", acessada atravessando um corredor e uma antecâmara, pretende devolver "o espírito da arqueologia", disse o artista britânico Adam Lowe, que lidera o projeto.

Ambiente

Luzes tênues ambientam o local, que também compartilha com o original fatores externos como a umidade e as altas temperaturas. "Tirar o pó das paredes foi incrivelmente difícil, entre outras coisas porque a pintura é muito frágil", explicou Lowe, ao enumerar as dificuldades que tiveram para captar detalhadamente os elementos do túmulo real antes de reproduzi-lo.

Há cinco anos, a câmara original foi gravada em 3D, com um único sarcófago em seu interior. A partir da imagem, trabalharam para refletir da forma mais fiel possível a herança cultural em paredes de poliéster com fibra de vidro que foram revestidas com uma espécie de "pele" elástica e rugosa.

Não se salvam da imitação nem os remendos, microbactérias e defeitos acumulados desde a criação da última morada do chamado "faraó menino", da dinastia XVIII. Tutancâmon morreu jovem, após um breve reinado entre 1332 e 1323 a.C., aproximadamente, mas foi a descoberta de seus tesouros que fez com que se suscitasse uma febre pela egiptologia.

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