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Imagem mostra túmulo de patriarca bíblico incendiando durante a noite | Reprodução/Youtube
Imagem mostra túmulo de patriarca bíblico incendiando durante a noite| Foto: Reprodução/Youtube

Palestinos incendiaram nesta sexta-feira (16) o túmulo do patriarca bíblico José, na Cisjordânia, em um novo dia de tensão em Israel e nos territórios palestinos ocupados.

O Exército de Israel informou que cerca de cem pessoas correram para o local sagrado, localizado próximo à cidade palestina de Nablus. Elas foram retiradas por forças de segurança palestinas, mas não antes de incendiarem algumas partes do templo.

“Vemos este incidente com gravidade e condenamos fortemente qualquer ataque a locais sagrados. Vamos encontrar e prender os responsáveis pelo incêndio”, informou o Exército em comunicado.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, considerou o incêndio um ato “irresponsável”.

O Túmulo de José é um local venerado por seguidores do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo. Desde que Israel ocupou a Cisjordânia, em 1967, o templo é protegido de modo geral pelo Exército israelense e o acesso de muçulmanos a ele é restringido.

O local havia sido saqueado e depredado por palestinos em 2000, no início da Segunda Intifada, revolta que terminou com cerca de mil israelenses e 3.200 palestinos mortos. O templo passou por reformas entre 2009 e 2010.

O incêndio ocorre em um novo “Dia de Fúria” convocado pelo movimento radical islâmico Hamas em meio à onda de violência que atinge Israel e os em Israel e os territórios palestinos ocupados.

Desde o início do mês, ao menos oito israelenses morreram e dezenas ficaram feridas em ataques de palestinos com facas, pedras e armas de fogo. No mesmo período, ao menos 32 palestinos foram mortos por israelenses, incluindo 13 pessoas que morreram após realizar ataques. Centenas de palestinos ficaram feridos em confrontos com colonos e soldados israelenses.

Conselho da ONU

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas vai realizar uma sessão especial nesta sexta-feira para discutir a recente onda de violência entre israelenses e palestinos.

O encontro, que diplomatas disseram ter sido convocado a pedido da Jordânia, que é membro do conselho, incluirá um balanço do secretariado da ONU sobre a situação na região e ocorrerá às 12h (horário de Brasília), informou a ONU nesta quinta-feira.

Os diplomatas, falando sob condição de anonimato, disseram não haver planos de aprovação de nenhuma resolução no momento, mas pode haver uma tentativa de reunir o conselho para emitir uma declaração que busque exortar os dois lados a conter a violência.

“Todas as opções estão sobre a mesa”, disse um diplomata à Reuters.

A agitação, a mais grave em anos, foi desencadeada em parte pela ira dos palestinos sobre o que consideram como um aumento da usurpação dos judeus da área da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, uma área que é reverenciada pelo judaísmo como localização de dois templos bíblicos destruídos.

Os Estados Unidos, aliados de longa data de Israel e seus protetores no Conselho de Segurança, formado por 15 nações, tradicionalmente têm se recusado a aprovar no Conselho a condenação de ações israelenses contra os palestinos, mesmo que critiquem ambos os lados.

No entanto, o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, disse esta semana que embora Israel tenha o direito de se proteger, “temos certamente visto alguns relatos do que muitos considerariam ser um uso excessivo da força”.

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