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Imigrantes tunisianos que chegaram ilegalmente a Lampedusa posam para foto nesta terça-feira (15). A mensagem escrita no chão celebra, em árabe, a democratização do país | Reuters
Imigrantes tunisianos que chegaram ilegalmente a Lampedusa posam para foto nesta terça-feira (15). A mensagem escrita no chão celebra, em árabe, a democratização do país| Foto: Reuters

A Tunísia aceitou na terça-feira ajuda técnica da Itália para conter a onda de migrantes ilegais que tem chegado a uma ilha italiana desde que os tunisianos derrubaram seu presidente.

A União Europeia estima que 5.500 tunisianos chegaram clandestinamente nos últimos dias à ilha de Lampedusa, numa situação que o governo italiano qualificou de emergência humanitária e atribuiu à turbulência dentro da Tunísia.

Num sinal de que a segurança está gradualmente melhorando, o Ministério do Interior tunisiano anunciou a suspensão do toque de recolher noturno imposto no mês passado, no auge dos protestos que acabariam por derrubar o presidente Zine al Abidine Ben Ali, no mês passado.

Há anos governos europeus se valem de medidas duras por parte das ditaduras do Norte da África para evitar a migração ilegal. A queda de Ben Ali e a subsequente desordem nas forças de segurança tunisianas alteraram esse estado de coisas.

O chanceler italiano, Franco Frattini, foi a Túnis discutir o assunto e, após reunião com o primeiro-ministro interino Mohamed Ghannouchi, disse que os dois países definiram um marco de cooperação migratória que "respeita a soberania da Tunísia."

Segundo a agência tunisiana de notícias TAP, Frattini prometeu radares e lanchas para serem operados pelos tunisianos.

Os dois lados parecem também ter superado o incidente diplomático surgido depois que o ministro italiano do Interior sugeriu que Roma poderia enviar sua polícia à Tunísia, o que levou o governo do país africano a apontar uma violação da sua soberania.

Desde que Ben Ali fugiu do país, o governo provisório se empenha em recuperar a estabilidade. Mas a polícia se dissolveu em muitos lugares, e greves e protestos no país inteiro continuam prejudicando a economia.

Nesta semana, o governo mobilizou militares em trechos do litoral de onde os migrantes saem em balsas improvisadas e superlotadas com direção à ilha de Lampedusa, que fica na costa africana.

A comissária europeia de Assuntos Internos, Cecilia Malmstrom, disse em discurso que o número de pessoas chegando à Itália caiu nas últimas 24 horas.

"Estamos preparados para ajudar tanto a Itália quanto a Tunísia. Trata-se de uma questão de grande importância para a UE."

A suspensão do toque de recolher atende à pressão do importante setor turístico da Tunísia, já que a medida estava afastando visitantes.

Mas, num sinal de que a situação continua instável, o Ministério do Interior afirmou que manterá por enquanto o estado de emergência, que proíbe concentrações com mais de três pessoas nas ruas e autoriza os militares a dispararem contra quem desobedecer às suas ordens.

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