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O presidente da Ucrânia, Olexander Turchinov, exigiu hoje que as autoridades da Crimeia liberem Yuliy Mamchur, comandante da base ucraniana de Belbek. A instalação militar foi atacada ontem por homens armados não identificados.

Os invasores usaram veículos blindados para entrar na base, onde trocaram tiros com soldados ucranianos, deixando um militar do país e um jornalista feridos. O governo ucraniano acusa tropas russas de terem feito o ataque.

Em comunicado, Turchinov afirma que Mamchur foi sequestrado pelos homens armados. Ele também ordenou que as forças de segurança elaborem um plano para reagir às prisões e desaparecimentos de ucranianos na península, anexada à Rússia nesta semana.

O comandante da base de Belbek foi um dos primeiros a exigir uma posição do Ministério da Defesa sobre o futuro dos militares ucranianos na Crimeia. Há dez dias, disse que as forças não poderiam resistir por muito tempo ao ataque de militares russos, maiores e mais bem preparadas.

Diante da preocupação dele e de outros comandantes, o ministro da Defesa, Igor Teniuj, pediu uma ação do governo interino, que manteve as tropas na região, apesar dos ataques. A base de Belbek foi uma das seis instalações militares invadidas por homens armados nos últimos dez dias.

A tomada das bases faz parte do decreto aprovado pelas autoridades da Crimeia após o referendo em que 97% dos votantes decidiu anexar a região autônoma ucraniana à Rússia. Além das áreas em terra, navios também foram tomados por forças aliadas de Moscou.

O Ministério da Defesa da Rússia afirma que 189 instalações militares ucranianas na Crimeia já passaram para as mãos do país, que tem em Sebastopol a sede de sua frota no mar Negro. A cidade é a mesma onde fica o quartel-general da Marinha ucraniana.

Transdnístria

Hoje, o comandante militar da Otan, o americano Phillip Breedlove, acusou os russos de enviar um número exagerado de soldados para exercícios. Ele teme que a ação seja um disfarce para a invasão da Transdnístria, região autônoma da Moldova que faz fronteira com o oeste da Ucrânia.

O vice-ministro da Defesa russo, Anatoly Antonov, nega e afirma que o contingente usado está de acordo com as normas internacionais. Com maioria russa, a Transdnístria se declarou independente da Moldova em 2008.

O risco de tomada de outras áreas de maioria russa foi alvo de crítica a Moscou de um dos principais aliados do presidente Vladimir Putin. O ditador de Belarus, Alexsandr Lukashenko, diz que a anexação da Crimeia "abre um precedente ruim".

Em Kiev, cerca de 5.000 pessoas se reuniram na praça da Independência para protestar contra a atuação da Rússia na crise política da Ucrânia. Os ativistas levam cartazes pedindo a saída das tropas da Crimeia e da fronteira com o leste do país e uma ação da Otan.

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