A maior empresa européia do setor aeroespacial defendeu planos para a promoção de passeios espaciais turísticos, após o líder industrial da União Européia os ter chamado de mero passatempo para ricos.
A EADS Astrium, divisão espacial do grupo europeu, anunciou esta semana que pretende construir uma nave para levar passageiros para fora da atmosfera terrestre a partir de 2012, desde que estejam dispostos a pagar até 200 mil euros (268 mil dólares) pela passagem.
A idéia foi criticada pelo vice-presidente da Comissão Européia, Guenter Verheugen, que disse que "esse turismo muito privilegiado" é apenas para os muito ricos e não merece apoio.
Mas falando sobre o projeto com paixão na sexta-feira, antes da feira aeroespacial de Paris, o presidente-executivo da EADS Astrium, François Auque, rebateu as críticas.
"O argumento de que se está trabalhando para os ricos e belos é totalmente incorreto, porque nosso objetivo é usar o dinheiro dos ricos para desenvolver tecnologias que possam ser úteis para todos", disse ele.
Um porta-voz da empresa disse que um subproduto do turismo espacial pode ser o desenvolvimento mais rápido de aviões convencionais para viagens longas hipersônicas.
A aeronave da EADS, mais ou menos do tamanho de um jato executivo, poderá carregar quatro passageiros a uma altitude de cerca de 100 quilômetros da Terra, onde poderão vivenciar cerca de três minutos de ausência de peso e enxergar a curva da Terra.
Um motor de foguete baseado no estágio superior de um lançador Ariane, também construído pela EADS, seria usado em lugar dos motores a jato convencionais para impelir o veículo para fora da atmosfera, expondo os passageiros a três vezes a força da gravidade.
De acordo com a EADS, isso é mais ou menos o mesmo que fazem algumas das montanhas-russas mais radicais.
O EADS diz que o veículo custará 1 bilhão de euros para ser desenvolvido e, se for encontrado financiamento para a construção, ficará pronto em quatro anos a partir de 2008.
Embora os primeiros vôos devam ser empreendidos apenas por passageiros muito ricos e interessados em sensações fortes, a expectativa é de que até 2020 15 mil passageiros por ano se disponham a pagar pelo vôo, de acordo com a firma de consultoria Fultron. A EADS quer abocanhar 30 por cento desse mercado.
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