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A Turquia nunca esquecerá os nove turcos mortos quando tropas israelenses atacaram uma flotilha que ia para Gaza, disse neste sábado o primeiro-ministro Tayyip Erdogan, dias antes da emissão de um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a ação, no ano passado.

Em um discurso em uma conferência de embaixadores estrangeiros nos territórios palestinos, em Istambul, Erdogan condenou o contínuo bloqueio de Gaza como "ilegal e desumano" e afirmou que os problemas palestinos são problemas turcos e que não serão negligenciados.

Erdogan abriu seu discurso citando nominalmente cada um dos nove homens mortos no ataque ao barco Mavi Marmara, que liderava a flotilha de ativistas.

"Não esquecemos, nem vamos esquecer, o sacrifício de nossos irmãos, suas memórias e o massacre ao qual eles foram sujeitados," disse.

A Turquia retirou seu embaixador de Israel depois do incidente, ocorrido em maio de 2010, suspendeu a cooperação militar e fechou seu espaço aéreo para aeronaves militares israelenses.

O país quer que Israel peça desculpas pelas mortes, indenize as famílias e encerre o embargo a Gaza.

Por sua parte, o Estado judaico concordou em princípio a pagar as indenizações, mas disse que seus fuzileiros navais agiram em legítima defesa depois que um grupo inicial foi atacado com facas e porretes.

Israel diz que o bloqueio é justificado para impedir que contrabandistas levem armas ao Hamas, o grupo islâmico que governa Gaza.

Os Estados Unidos gostaria que seus dois aliados fossem amigos novamente. Mas até se o incidente do Mavi Marmara for resolvido, a simpatia turca pela causa palestina e a prontidão para manter contato com o Hamas significam que o relacionamento não será livre de tensões.

"Precisamos encontrar uma solução para o assunto Israel-Palestina com base em um modelo de dois Estados. Jerusalém Oriental como capital de um Estado palestino independente, soberano e viável é o que desejamos," afirmou Erdogan.

Ele também pediu o fim das atividades de assentamentos judaicos, que afirmou ser o grande obstáculo para o processo de paz.

Israel vê Jerusalém como sua capital indivisível e anexou a região leste da cidade na Guerra dos Seis Dias, em 1967, uma medida que não ganhou reconhecimento internacional.

Muitos colonos também consideram a Cisjordânia ocupada como a origem bíblica do povo judeu.

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