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Turquia penaliza emissoras da oposição por reportagens sobre terremotos
O presidente turco, Tayyip Erdoğan, visita a cidade de Adiyaman após o terremoto que causou mais de 17 mil mortos no país| Foto: EFE/EPA/MURAT CETINMUHURDAR/TURKISH PRESIDENTIAL PRESS OFFICE/

As autoridades da Turquia impuseram nesta quarta-feira (22) multas e sanções contra três emissoras de televisão críticas ao governo. A justificativa dada foi de que a cobertura das ações do Estado após os terremotos de 6 de fevereiro violaram princípios nacionais.

A “Fox TV” foi multada por afirmar que o serviço nacional de emergência AFAD dificulta a distribuição de ajudas por parte de outras entidades, enquanto a “Halk TV” foi punida em represália às opiniões de um convidado que supostamente violam a unidade nacional.

Esta última emissora foi ainda obrigada a suspender o programa em questão por cinco transmissões, com uma sanção semelhante sendo aplicada ao canal “Tele1” por afirmar que nas regiões afetadas pelos terremotos estão sendo relatadas pilhagens sistemáticas nas ruínas.

Desde os terremotos, os tribunais turcos ditaram sentenças de prisão preventiva para 180 pessoas acusadas de roubar casas ou empresas abandonadas, mas o governo fala de casos isolados e nega que seja um problema generalizado.

As penalidades de hoje foram determinadas pelo órgão regulador de transmissões de rádio e televisão, RTÜK, que rotineiramente impõe sanções por transmissões inconvenientes para o governo.

Dessa forma, a “Halk TV” recebeu 22 multas durante o ano passado, totalizando um valor próximo a 100 mil euros.

Ilhan Tasçi, membro do RTÜK por indicação do partido opositor CHP, criticou hoje a decisão do órgão a que pertence, assegurando que "não ouvir os gritos de milhares de cidadãos é uma vergonha, um crime e uma traição à profissão de jornalista".

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