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SEUL - O cientista sul-coreano cuja pesquisa sobre células-tronco embrionárias feitas "sob medida" para doentes foi desacreditada, foi acusado por uma reportagem de TV de coagir colegas de equipe a doar óvulos para o estudo.

Um porta-voz da Universidade Nacional de Seul disse que o painel da instituição formado para investigar as suspeitas de fraude na pesquisa de Hwang Woo-suk não comentaria a acusação, até a divulgação de seu relatório final, na semana que vem.

Hwang, que anunciou em maio de 2005 o que seria um avanço importantíssimo na pesquisa da clonagem terapêutica, sofreu um duro golpe na semana passada, quando o painel disse que seu trabalho, publicado na revista "Science", não tinha provas.

Uma integrante da equipe de de Hwang disse à emissora de TV Sul Coreana MBC que jovens pesquisadoras sentiram-se coagidas a sujeitarem-se a procedimentos dolorosos para extração de óvulos usados no estudo. Elas teriam temido serem privadas de reconhecimento acadêmico.

- Ela disse que falou ao professor Hwang que ele não deveria ir adiante com o procedimento e que o professor Hwang ficou chateado e perguntou: "Por quê?" - relatou a pesquisadora à TV, sem revelar sua identidade. - Ela estava preocupada, e foi por preocupação que decidiu doar seus óvulos.

A doadora voltou para o laboratório de Hwang e realizou o experimento de clonagem nos óvulos que ela mesma cedera naquela manhã, relatou a colega.

"Espero ser capaz de perdoar a mim mesma por não ter sido capaz de resistir ao professor", disse a doadora, numa mensagem enviada por e-mail à MBC.

A queda de Hwang, antes considerado um herói nacional na Coréia do Sul, começou quando, em novembro, ele reconheceu o uso de óvulos de pesquisadoras no estudo. Mas ele negou que tivesse conhecimento disso.

A MBC tem acompanhado detalhadamente o caso e denunciou, em novembro, que o pesquisador omitira propositalmente informações sobre a fonte dos óvulos usados no estudo.

Hwang está recluso desde que pediu demissão da Universidade Nacional de Seul, em 23 de novembro. Ele não comentou as novas denúncias.

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