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Um homem descreve como a polícia secreta de Saddam Hussein colocou um bebê de um dissidente dentro de um saco com um gato desesperado, que arranha a criança. Agentes secretos jogam um homem do teto de um prédio. A televisão estatal Iraqiya está reativando as imagens da vida sob o regime de Saddam, enquanto uma corte prepara o anúncio da data do seu julgamento.

- Gostaria que eles estivessem aqui para ver o dia em que Saddam estará acabado - disse, chorando, uma mulher que perdeu parentes durante o governo do ditador, a um programa de televisão.

Autoridades do novo governo do Iraque, liderado por xiitas, alguns deles os maiores adversários de Saddam, querem um julgamento rápido e uma sentença de morte. Ele foi derrubado por uma invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, depois de governar o país por quase um quarto de século.

Mas isso poderia abalar a credibilidade do tribunal especial que apresenta nesta semana as primeiras acusações contra Saddam e levantar questionamentos a respeito da Justiça no novo Iraque, que se projeta como uma verdadeira democracia no mundo árabe. Em um país onde alguns dos ex-líderes da polícia secreta de Saddam lideram uma insurgência que matou milhares com bombas e tiros, a Iraqiya concentrou-se em imagens apavorantes do antigo estado Baathista.Nas imagens, autoridades do alto escalão, incluindo Ali Hassan al-Majid - conhecido como Ali Químico por seus homens terem jogado gás contra cinco mil curdos em 1988 - aparecem interrogando rebeldes xiitas ajoelhados e com as mãos amarradas nas costas depois de uma tentativa fracassada de rebelião, em 1991.Uma autoridade fuma um cigarro tranquilamente e depois chuta o rosto de um dos rebeldes. Os homens mostrados, e muitos outros, foram executados.

A TV também mostra dissidentes sofrendo outros destinos horríveis. Um homem vendado, com as mãos para trás, empurrado do telhado de um prédio. Em outra cena gravada em vídeo, um homem é mostrado jogado no chão e um policial bate em seu braço com um bastão até quebrar o osso.

O especial também mostra imagens de atos violentos que entraram para a História, como o ataque com armas químicas e biológicas contra os curdos. O episódio é lembrado durante a visita de uma criança ao Museu Halaja, que tem uma galeria que sobre o ataque.

O programa sobre crimes cometidos na era de Saddam é exibido depois de uma série de propagandas sobre insurgentes - que mostram combatentes capturados confessando desde assassinato a estupro, passando por homossexualismo, que é crime no Iraque. O programa é muito popular, apesar de algumas pessoas acharem que as confissões são forçadas ou encenadas.

Saddam, que enfrenta muitas acusações, incluindo crimes contra a humanidade, afirma que a corte não tem legitimidade e parecia confiante e desafiador durante interrogatórios mostrados pela televisão.

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