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Paraquedistas russos detidos pelas autoridades ucranianas na terça-feira participam de coletiva de imprensa em Kiev | Valentyn Ogirenko/Reuters
Paraquedistas russos detidos pelas autoridades ucranianas na terça-feira participam de coletiva de imprensa em Kiev| Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters

Impasse

Kiev diz que o Kremlin planeja bloquear fluxo de gás para a Europa

Reuters

O premiê ucraniano, Arseny Yatseniuk, disse ontem que Kiev teria conhecimento sobre planos da Rússia para interromper o fluxo de gás para a Europa durante o inverno, em comentários que alimentam o impasse entre Moscou e o Ocidente. Yatseniuk não disse como teria tomado conhecimento dos planos russos.

A Rússia interrompeu o fornecimento de gás para a Ucrânia em junho por causa de uma disputa de preços, mas continuou a fornecer gás à Europa, seu maior mercado. Metade das exportações de gás russo para a UE foi enviada através da Ucrânia no ano passado. A Gazprom, que exporta o gás russo, não quis comentar o assunto.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu que a Rússia é e será sempre um fornecedor confiável de gás natural para a Europa.

Uma coluna de blindados russos — com mais artilharia e infantaria — está avançando no sudeste da Ucrânia, de acordo com informações divulgadas por militares ucranianos.

"Temos informações sobre o avanço de uma coluna composta por 100 aparelhos, como tanques, blindados, lança-foguetes do tipo Grad, na estrada Starobecheve Telmanove", disseram os militares. "A coluna com o distintivo de um triângulo ou um círculo branco segue para a localidade de Telmanove, a 20 km da fronteira russa e a 80 km de Donetsk, reduto dos separatistas pró-Rússia."

Telmanove fica 40 km ao norte de Novoazovsk, onde as autoridades ucranianas afirmaram ter interceptado na segunda-feira uma coluna de blindados russos. De acordo com o Exército ucraniano, outra coluna composta por seis lança-foguetes Grad e caminhões com combatentes entrou na localidade de Dibrovka, 110 km ao leste de Donetsk.

Os separatistas pró-Moscou anunciaram na segunda-feira uma contraofensiva ao sul de Donetsk. Na região, três civis morreram em 24 horas, atingidos por tiros no distrito de Petrovski.

O porta-voz militar, An­­driy Lysenko, disse que o Exército matou cerca de 200 separatistas e destruiu tanques e sistemas de mísseis durante o combate nas cidades de Horlivka e Ilovaysk. Segundo ele, 13 militares ucranianos foram mortos nas últimas 24 horas.

"O fluxo de forças russas e armas para a Ucrânia é um grande problema, e Moscou deve garantir que isso pare", disse ontem o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert. "A pré-condição para um cessar-fogo efetivo é que a Rússia contribua para interromper a escalada da crise e que haja um acordo para proteger a fronteira", disse Seibert.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, cobrou ontem da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) uma "ajuda prática". Os 28 membros da Aliança Atlântica preveem adotar, na próxima semana, durante a reunião de cúpula no País de Gales, um plano com o objetivo de intensificar a ação das tropas, em particular a força de reação rápida. Atualmente, essa força necessita de vários dias para ser operacional.

2.º comboio humanitário russo pode seguir para a região leste da Ucrânia com a supervisão da Cruz Vermelha. A medida foi aceita ontem por Putin. Falta só a concordância de Kiev. O primeiro comboio, com 1.800 toneladas de ajuda, atravessou a fronteira na última sexta-feira e chegou a Lugansk sem autorização ucraniana.

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