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A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Olha Stefanishyna, informou nesta segunda-feira (14) que seu país apresentou uma contraproposta aos Estados Unidos sobre o chamado acordo de minerais, por meio do qual o presidente americano, Donald Trump, busca recuperar o dinheiro gasto em ajuda a Kiev.
"O fato de essas consultas terem ocorrido é, por si só, um sinal positivo. Nesta fase, podemos dizer que a delegação ucraniana teve a oportunidade de apresentar aos EUA todas as propostas que preparamos em Kiev", disse Stefanishyna, que também é ministra da Justiça e lida com questões de integração europeia e euro-atlântica no governo ucraniano.
No pronunciamento, a representante do governo de Volodymyr Zelensky anunciou que ambas as delegações - que iniciaram essa rodada de contatos nos EUA na semana passada - concordaram com alguns pontos do acordo, mas anteciparam que mais negociações serão necessárias para finalizá-lo. “Esta não é a rodada final, obviamente”, destacou Stefanishyna.
No final de março, o governo de Donald Trump apresentou a Kiev um novo rascunho do chamado acordo de minerais, expandindo o documento inicial que os dois países deveriam ter assinado durante a conturbada visita de Zelensky à Casa Branca em 28 de fevereiro.
De acordo com veículos de comunicação ucranianos, que tiveram acesso a este último documento, o rascunho estipula que a Ucrânia reconhecerá como dívida a ajuda militar recebida dos EUA na forma de doações e dará prioridade às empresas americanas em todos os projetos de exploração de seus recursos naturais.
Após receber este último documento, Zelensky deixou claro que não aceitará nenhuma dívida com os EUA por ajuda recebida no passado. O presidente ucraniano também se negou a aceitar quaisquer condições que pudessem comprometer as aspirações da Ucrânia à integração à União Europeia.
O acordo-quadro inicial, que nunca foi assinado, previa a criação de um fundo de investimento conjunto dominado pelos EUA, a ser financiado pelos lucros gerados pela futura exploração dos recursos naturais da Ucrânia. O fundo seria usado para investir na recuperação econômica do país invadido em 2022 pela Rússia.
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