UE pagará 50 milhões de euros à agência da ONU acusada por Israel de ter ligações com o Hamas

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A Comissão Europeia anunciou nesta sexta-feira (1º) que repassará 50 milhões de euros (R$ 268 milhões) na próxima semana à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), e que aumentará o apoio de emergência aos palestinos em 68 milhões de euros (R$ 365 milhões) em 2024.

A Comissão indicou em um comunicado que continuará com os pagamentos previstos à UNRWA - os quais não chegou a suspender - depois de ter avaliado a situação após acusações feitas por Israel em janeiro que implicam vários membros de equipe da agência nos atentados terroristas do Hamas ocorridos no dia 7 de outubro, e tendo em conta as medidas adotadas pela ONU e os compromissos exigidos da agência.

Nesse sentido, elogiou a investigação aberta pelo Gabinete de Serviços de Supervisão Interna da ONU para esclarecer estas graves acusações, assim como o fato de as Nações Unidas terem criado um grupo de análise independente liderado pela ex-ministra francesa Catherine Colonna para avaliar se a UNRWA está fazendo tudo o que pode para garantir a neutralidade e responder às alegações sobre graves infrações.

O Executivo Comunitário também informou que a UNRWA está disposta a garantir que seja realizada uma revisão do seu pessoal para confirmar que não participou nos ataques e que novos controles sejam implementados para mitigar esses riscos no futuro, e que aceitou uma auditoria da agência a ser realizada por peritos externos nomeados pela União Europeia (UE).

Por último, indicou que a UNRWA concordou em reforçar seu departamento interno de investigações e governança.

A Comissão afirmou ainda que confirmou nesta sexta junto da UNRWA o seu entendimento sobre estes pontos e que, nessa base, liberará o desembolso de uma primeira parcela de 50 milhões de euros dos 82 milhões  (R$ 440 milhões) que planeja para a agência em 2024.

Além do apoio à UNRWA, a Comissão destacou que atribuirá 68 milhões de euros adicionais em 2024 para apoiar a população palestina em toda a região, que será implementada através de parceiros internacionais como a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho.

Bruxelas já tinha atribuído 125 milhões de euros (R$ 670 milhões) de ajuda humanitária aos palestinos até 2024.

"Estamos ao lado do povo palestino em Gaza e no resto da região. Palestinos inocentes não deveriam ter que pagar o preço pelos crimes do grupo terrorista Hamas", disse a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, no comunicado.