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Bruxelas – Os dirigentes europeus aprovaram um fundo especial de 100 milhões de euros (US$ 126 milhões ou R$ 290 milhões) para os palestinos, mas evitando colaborar com o Hamas. O gesto foi recebido com reservas pelos destinatários, que querem o fim do boicote ao partido islâmico.

A ajuda chega em meio ao agravamento do conflito entre o Hamas e Israel. Apesar de os dois lados lançarem anúncios de trégua, Israel diz estar sendo vítima de uma chuva de foguetes de extremistas e vem lançando ataques na Faixa de Gaza. Ontem um ataque israelense matou um líder extremista, identificado como Mohammed Tangara. Outros dois ficaram feridos no ataque aéreo, ao sul da Cidade de Gaza.

De acordo com as Forças Armadas de Israel, mais de 140 foguetes foram lançados por extremistas de Gaza na última semana. Israel matou ao menos 16 palestinos, incluindo civis, no mesmo período.

Os chefes de Estado e de governo da União Européia querem contornar a crise que afeta o governo dirigido pelo Hamas. Cerca de 160 mil funcionários palestinos esperam pagamento desde março. O repasse de verbas, no entanto, não deve resolver esse problema, que tem provocado protestos e inclusive invasões ao parlamento palestino, em Ramallah, na Cisjordânia.

Segundo a porta-voz Emma Udwin, que atua no órgão de Relações Exteriores da UE, a ajuda será dividida em três partes, sendo que as duas primeiras, para material médico e fornecimento de energia, serão liberadas assim que o fundo for aprovado pelo Quarteto para o Oriente Médio, formado por UE, Estados Unidos, Rússia e Organização das Nações Unidas (ONU). A terceira parcela, destinada à proteção social, também deverá ser entregue diretamente a palestinos.

A questão dos salários atrasados é barrada pelos EUA, hostis ao pagamento de qualquer salário a funcionários palestinos pela comunidade international. Os líderes europeus dizem que é importante pagar o mínimo de "compensação" aos empregados dos serviços básicos. O atraso de salários afeta direta e indiretamente cerca de um milhão de pessoas, ou seja, um quarto da população nos territórios palestinos.

Militantes do Hamas distanciaram-se ontem da oferta de cessar-fogo vinda do governo palestino, atualmente liderado pelo grupo. O braço armado do Hamas suspendeu, há uma semana, uma trégua firmada há 16 meses com Israel. O governo do Estado judeu tenta favorecer o Fatah, partido adversário do Hamas, ajudando o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas. A AP acaba de receber 950 fuzis de assalto M16 norte-americanos com a permissão das autoridades de Israel. Três caminhões carregados de fuzis de assalto M16 procedentes da Jordânia, que entraram na Cisjordânia pela ponte de Allenby, chegaram em segredo à cidade de Ramallah e à Faixa de Gaza para reforçar a posição do presidente Abbas.

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