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Os candidatos a premiê do Reino Unido, da esquerda para a direita: David Cameron, Nick Clegg e o atual premiê Gordon Brown | Jeff Overs/Reuters
Os candidatos a premiê do Reino Unido, da esquerda para a direita: David Cameron, Nick Clegg e o atual premiê Gordon Brown| Foto: Jeff Overs/Reuters

O líder do Partido Conservador, David Cameron, venceu o terceiro e último debate da campanha no Reino Unido, a uma semana das eleições. A pesquisa do instituto YouGov feita após o debate coloca Cameron com 41% da preferência, à frente do líder do Partido Li­­beral Democrata, Nick Clegg (32%), e do primeiro-ministro Gordon Brown (25%). Em outro levantamento, do ComRes, o conservador também ficou à frente, com 35%, e os demais com 33% e 26%, respectivamente.

O desempenho pode ser decisivo nesta reta final, já que o cenário ainda está indefinido. Os im­­postos e a política de benefícios so­­ciais foram os principais temas econômicos discutidos ontem. Os can­­didatos também falaram so­­bre imigração, assunto que foi o cen­­tro da gafe cometida por Brown.

O único a tocar no assunto do incidente de quarta-feira foi o próprio primeiro-ministro, já na primeira frase do debate. "Como vo­­cês viram ontem, eu nem sempre faço tudo certo", disse. Sem lembrar que seu microfone ainda es­­tava ligado, Brown chamou uma eleitoral de "fanática" por seus questionamentos sobre os números elevados de imigração do Leste Europeu, um tema sensível no país.

Um participante da plateia, ape­­sar de não se referir diretamente à gafe, questionou sobre imigração, dizendo que os políticos não deveriam "ignorar" a população. Mas a discussão sobre o tema repetiu exatamente as mesmas frases usadas nos debates anteriores.

Cameron quer a imposição de um limite para os trabalhadores de fora da União Europeia, Brown defende o sistema mais rígido já adotado para a obtenção de vistos e Clegg considera uma anistia pa­­ra os ilegais que já estejam no país há mais de dez anos.

Euro

Outro tema controverso no país, a adesão ao euro, foi tratado rapidamente. O programa de governo do Partido Liberal Democrata diz que "é do interesse de longo prazo do Reino Unido fazer parte do euro". Cameron deixou claro que é absolutamente contra, refletindo o desejo da maioria da população. Clegg, no entanto, não foi tão enfático como seu programa de governo e tratou do euro como uma possibilidade fu­­tura, caso as condições econômicas sejam favoráveis e não sem antes passar por um referendo.

Cameron afirmou que quer reduzir a "dependência" da população aos benefícios permitidos pela política de bem-estar social, introduzir um novo imposto so­­ bre os bancos e cortar o desperdício de dinheiro público, embora defenda a manutenção dos investimentos em saúde e educação.

Clegg acredita que é necessário estimular as pessoas a voltarem para o mercado de trabalho, ao in­­vés de se manterem somente com base nos benefícios e, para isso, reduzirá o Imposto de Renda dos que ganham menos.

Brown voltou a defender a manutenção dos estímulos econômicos até que a recuperação esteja garantida para impedir um novo mergulho recessivo. Ele acusou os dois opositores de "não estarem prontos para o governo".

Disputa

O país presencia a disputa eleitoral mais indefinida em décadas, com a possibilidade de um parlamento sem maioria absoluta. O Partido Conservador precisa de pelo menos 34% dos votos para conseguir a maior parte dos 650 assentos de Westminster, calculam especialistas da London School of Economics (LSE).

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