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Barack Obama tem o desafio de aprovar reforma do sistema de saúde, uma das suas principais promessas de campanha | Jonathan Ernst/Reuters
Barack Obama tem o desafio de aprovar reforma do sistema de saúde, uma das suas principais promessas de campanha| Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Washington - Se a vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008 pode ser resumida pela frase "Sim, nós podemos acreditar em mu­­dan­­ça", o ano que passou desde então pode ser sintetizado numa comprovação mais realista: "Mu­­dar é difícil".

Um ano depois, a euforia da vitória cedeu lugar ao trabalhoso exercício do poder e o discurso mudou. Desde os primeiros dias de seu mandato, ele se dedicou a manter a promessa de romper com a era Bush, proibindo as torturas e anunciando o fechamento do centro de detenção de Guan­­tánamo. Rapidamente, anunciou e acelerou a retirada das tropas do Iraque.

Mas empreender essas mudanças se revelou um assunto muito complicado, principalmente quan­­do se deve combater a pior recessão vivida pelos Estados Unidos desde os anos 30 e, ao mesmo tempo, se pretende estabelecer um dos programas de reforma da saúde mais ambiciosos já realizado em muitos anos.

Parece improvável que Guan­­tánamo seja fechado antes de ja­­neiro de 2010, como havia anunciado. Estender a cobertura da saúde a um número muito maior de pessoas está provocando uma acirrada batalha política. Para combater a mudança climática e sanear o mundo das finanças também enfrenta consideráveis resistências.

A popularidade de Obama so­­fre uma erosão lenta, mas o clima político, que ele prometeu apaziguar, continua tenso. O ambiente econômico permanece sob ameaças, apesar de os Estados Unidos tecnicamente terem saído da re­­cessão.

Contra as críticas e o ceticismo, a administração Obama assegura que suas ações econômicas e seu gigantesco plano de recuperação foram decisivos. Também afirma que o aumento do desemprego foi detido, mas este poderá chegar a 10% e persistir em 2010, ano du­­rante o qual Obama e seu Partido Democrata se submeterão ao julgamento dos eleitores em votações legislativas de metade do mandato.

Mas antes que termine 2009, o presidente poderá se ufanar de ter vencido onde seus antecessores fracassaram se conseguir levar a bom termo o grande projeto de reforma da saúde.

No exterior, seus colaboradores reconhecem que restabeleceram a imagem dos EUA, o que foi confirmado com o Prê­­mio Nobel da Paz 2009. Obama desfez muitos dos erros diplomáticos de seu antecessor, como re­­formular a proposta do escudo an­­timísseis na Europa, o que levou a uma nova aproximação com a Rússia.

A política do diálogo de Obama, no entanto, passa atualmente pela prova do tema nuclear iraniano. No conflito palestino-israelense, seu envolvimento pessoal ainda não deu resultados concretos. Porém, talvez seja no Afeganistão que Obama corre o maior risco. Em breve ele deverá tomar uma de suas decisões estratégicas mais importantes até o momento. Ele terá de decidir se, apesar das perdas cada vez mais pesadas, envia ou não milhares de soldados ex­­tras, mesmo com o risco de rejeição de uma opinião pública temerosa de que o conflito nesse país acabe virando um novo Vietnã.

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