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Berlim – Poucas famílias têm um destino tão ligado à história da guerra, da divisão e da Reunificação da Alemanha quanto a de Laura Harmsen, uma das chamadas "crianças do Muro". Sua avó era comunista e foi prisioneira de um campo de concentração nazista. Seu avô era um funcionário do Ministério do Interior da RDA, cargo dado a integrantes que mais destaque obtinham no Partido Comunista.

O jornalista Torsten Harmsen, pai de Laura, também foi membro do partido, embora nos últimos anos do regime tenha lutado por sua democratização. Torsten nasceu no ano da construção do Muro. Laura deveria nascer em outubro de 1989, mas parece que esperou para nascer numa democracia. Ela veio ao mundo no dia 9 de novembro, com dez dias de atraso. Quando o Muro caiu, Torsten teve muito pouco tempo para dedicar à filha, pois estava ocupado em cobrir os acontecimentos que se seguiram à queda da barreira – que derrubou também um tabu após o outro. "Foi um dia em que tudo o que era proibido passou a ser permitido", lembra ele.

Laura nunca ouviu dos avós ou dos pais qualquer tipo de elogio ao socialismo, mas fala como se fosse uma intelectual de esquerda: "Não suporto ouvir as críticas unilaterais ao sistema em que viveram meus avós e os meus pais. Nós vivemos hoje num sistema de injustiça social, no qual os mais fracos levam desvantagem", critica.

Torsten não sabe onde sua filha aprendeu a pensar assim. "Pode ser que seja dos professores da escola em Koepenick, um bairro tipicamente do Leste, onde também os professores foram formados ainda na era comunista", diz.

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