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Terrorismo não é uma instituição, é um método, um meio cruel usado para provocar pavor. Um exemplo claro são os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) a agentes penitenciários. O PCC ataca para deixar os agentes com pavor e medo; é essencialmente uma organização terrorista. Tem também o terrorismo de instituição, de Estado. A potência militar dos EUA é maior que a de todos os outros países juntos. Só por isso já causa medo. Quando o presidente dos Estados Unidos diz que vai atacar o terrorismo, não fala do método. O que existe para ser resolvido é a guerra e não o método. O terrorismo de instituições como a Al Qaeda é amparado por pessoas que se propõem a morrer. Os grupos terroristas encontram facilmente gente que dá a vida para matar dois ou três soldados norte-americanos. Todos acham que terrorismo é o que o outro faz. A situação é parecida com a dos termos ‘negócio’ e ‘negociata’. A gente negocia, os outros fazem negociata. Em meu livro (Plano de Ataque), eu digo que Osama bin Laden é uma espécie de Che Guevara para os islâmicos. A semelhança é que nenhum dos dois tem amor pelo poder, mas Che era um guerrilheiro, não usava métodos terroristas.

Ivan Sant’Anna é escritor carioca autor do livro "Plano de Ataque" (Rio de Janeiro: Objetiva, 2006), que conta a história do seqüestro dos quatro aviões derrubados em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

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