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Marinha americana observa de perto navio seqüestrado | Jason R. Zalasky/Reuters
Marinha americana observa de perto navio seqüestrado| Foto: Jason R. Zalasky/Reuters

A União Européia (UE) prometeu nesta quinta-feira (2) lançar rapidamente uma operação militar contra os piratas somalis.

No mesmo dia, o Quênia acusou formalmente uma autoridade do setor marítimo de divulgar informações "alarmistas" ao dizer que se dirigia para o Sudão um navio sequestrado pelos criminosos e carregado com tanques de guerra.

A captura, na semana passada, do navio ucraniano MV Faina na costa da Somália gerou polêmica no leste da África a respeito do destino final da embarcação, dentro da qual estão 33 tanques T-72.

O fato serviu também para chamar atenção da comunidade internacional para o problema da pirataria na região.

Neste ano, piratas somalis apreenderam vários navios nas rotas do oceano Índico e do golfo de Áden, que ligam a Europa à Ásia, ao Oriente Médio e à África.

Os criminosos ainda mantêm sob seu poder uma dúzia de navios, entre os quais o Faina, pelo qual pediram um resgate de 20 milhões de dólares.

A Europa tenta aprovar com celeridade um plano para que ao menos nove países tomem parte de uma operação aérea e naval contra os piratas, que faturam milhões de dólares com os resgates, responsáveis também por elevar o preço do seguro pago pelas empresas de transporte marítimo.

"O objetivo é agir rapidamente", disse Laurent Teisseire, porta-voz do Ministério da Defesa da França.

O ministro britânico da Defesa, Des Browne, afirmou que a segurança da UE e a manutenção de seu modo de vida dependiam da capacidade dos europeus de garantirem a segurança das rotas mundiais de comércio.

"Mais amplamente, trata-se de garantir que o petróleo circule pelo planeta de forma segura", disse, conclamando a ajuda dos EUA no combate aos piratas. Os norte-americanos e os franceses possuem bases militares em Djibuti, localizado perto da região.

Chamando atenção para o crescente impacto da pirataria, a Chatham House, um grupo de pesquisa da Grã-Bretanha, disse na quinta-feira que as empresas de navegação haviam pagado em 2008, até agora, de 18 milhões a 30 milhões de dólares em resgates.

Declarações "Alarmistas"

No Quênia, promotores acusaram formalmente Andrew Mwangura - chefe do Programa do Leste da África para a Ajuda aos Navegantes, que monitora o tráfego nos mares da região e defende os direitos dos marinheiros - do crime de "provocar a divulgação de notícias alarmistas".

Mwangura deixou as autoridades quenianas indignadas ao dizer que os tanques, lançadores de granada e outros armamentos presentes no Faina seriam entregues no sul do Sudão e não no Quênia, conforme diz o governo deste último país. Isso colocou o Quênia em uma situação incômoda. O governo queniano mediou o fim do conflito entre o sul e o norte do Sudão, em 2005.

Mwangura também foi acusado de posse de drogas, uma acusação recebida com risos na audiência da corte encarregada do caso. A autoridade teria sido flagrada carregando uma quantidade de maconha que valeria o equivalente a 2,74 dólares.

"Em vista da natureza das acusações contra o suspeito, a polícia precisará de tempo para realizar suas investigações", afirmou o juiz Richard Kirui, depois de determinar que Mwangura fique detido por cinco dias.

A autoridade está presa desde a noite de quarta-feira.

Cerca de 50 piratas fortemente armados mantêm o Faina ancorado perto da cidade somali de Hobyo. Vários navios da Marinha norte-americana vigiam a embarcação. Um navio da Rússia também se dirige para aquela área.

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