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A Universidade do Texas em Austin anunciou nesta terça-feira que estuda retirar uma controversa estátua em homenagem ao presidente dos estados confederados durante a Guerra Civil norte-americana, que nesta manhã amanheceu com pichações alusivas ao massacre de nove negros semana passada na Carolina do Sul.

Junto à estátua de Jefferson Davis, a Universidade do Texas retiraria as dos generais confederados Robert Lee e Albert Johnston (que também amanheceram pichadas), todas posicionadas em pontos centrais do campus universitário na capital texana.

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As pichações traziam escrito “Black lives matters” (“vidas de negros importam”), um dos lemas mais usados durante os protestos raciais dos últimos meses no país.

O presidente da Universidade do Texas em Austin, Greg Fenves, anunciou hoje a criação de um comitê que analisará o caso e entregará suas recomendações no meio deste ano.

“Este assunto levanta paixões”, disse em entrevista coletiva o vice-presidente de Diversidade da universidade, Gregory Vincent, que lembrou que “bate no coração da história e do que significa hoje viver em uma sociedade diversa”.

Vincent presidirá a comissão criada hoje, e garantiu que “serão ouvidas todas as opiniões”.

Protesto

As pichações foram acompanhadas de um protesto mais formal: um pedido para retirar a estátua reuniu mais de 2.500 assinaturas desde domingo.

Em março, o Conselho de Estudantes também apresentou uma solicitação para que a Universidade do Texas retire a estátua de Davis por considerar que o monumento representa uma “bofetada na cara” dos alunos negros.

“As estátuas têm como propósito glorificar pessoas e o que defendiam. Jefferson Davis representava algumas ideias abomináveis”, disse Xavier Rotnofsky, presidente do Conselho de Estudantes da universidade, em referência ao racismo e à escravidão.

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O massacre de nove fiéis negros em uma igreja de Charleston por um jovem supremacista branco fanático pela Confederação reabriu o debate sobre símbolos confederados nos Estados Unidos.

A governadora da Carolina do Sul, estado onde fica Charleston, a republicana Nikki Haley, se pronunciou nesta segunda-feira a favor da retirada da bandeira confederada que ondeia nos jardins do parlamento estadual.

A Confederação reuniu 11 estados do sul que se separaram dos Estados Unidos entre 1861 e 1865, porque defendiam um modelo econômico baseado na escravidão, ao contrário do que defendiam os estados do norte. A batalha entre eles deu origem a Guerra Civil americana.

Os combates entre o norte e o sul deixaram 620 mil soldados mortos, destruíram a infraestrutura do sul do país. Com a Confederação derrotada, a escravidão foi abolida e os Estados Unidos voltaram a ser um só país.

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