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A decisão das eleições da Colômbia ficou para o segundo turno e o dia dos candidatos ontem foi de mudanças nas campanhas e de busca de alianças. O vencedor do primeiro turno foi Óscar Iván Zuluaga, que conta com o apoio do ex-presidente Álvaro Uribe, conquistou 29,25%. O atual presidente, Juan Manuel Santos, que busca reeleição, ficou em segundo lugar, com 25,66% e 29,26%. Zuluaga concedeu uma entrevista coletiva na primeira hora do dia para abordar o tema que marcará estas três semanas de campanha: o processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Santos, por sua vez, preferiu o silêncio e deu voz a seu chefe de campanha, o ex-presidente César Gaviria (1990-1994), que, como reconheceu nas rádios locais, saiu "mais forte" da leve derrota e autorizado para fazer as mudanças necessárias antes do segundo turno no dia 15 de junho.

Para Unasul, eleição presidencial teve realização "exemplar"

Efe

A Missão Eleitoral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) qualificou ontem ontem como "exemplar" o desenvolvimento das eleições presidenciais de domingo na Colômbia e destacou o trabalho dos organismos responsáveis pela realização do pleito.

"A expressão livre do povo colombiano foi possível graças à tarefa profissional e institucional realizada pelo Registro Nacional e o Conselho Nacional Eleitoral, que tiveram a missão de assegurar a todas as forças políticas seu direito a concorrer em igualdade e aos cidadãos seu direito a decidir livremente", disse a representante especial da Unasul, Leila Rachid.

A funcionária acrescentou em entrevista coletiva que a jornada eleitoral "outorgou credibilidade e legitimidade ao resultado" .

A Unasul contou nestas eleições com 37 delegados que supervisionaram todos os períodos da jornada eleitoral e formularam recomendações e advertências sobre possíveis riscos para o livre exercício do voto.

A Missão da Unasul avaliou, além disso, os avanços técnicos implantados pelos organismos eleitorais, entre eles a identificação biométrica dos eleitores em alguns postos de votação, com o que se garante a fidelidade do sufrágio.

O organismo reconheceu a elevada abstenção, que foi de 59,9%, a mais alta em 20 anos, mas sem se aprofundar no tema.

Zuluaga

O vencedor do primeiro turno das eleições presidenciais da Colômbia, Óscar Iván Zuluaga, reiterou ontem que se for eleito suspenderá o processo de paz provisoriamente, mas se declarou disposto a propor penas reduzidas de seis anos para os ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Zuluaga definiu em entrevista coletiva sua postura com relação ao processo de paz. "Em prol da paz, estamos dispostos a buscar uma pena reduzida de cerca de seis anos", afirmou Zuluaga, que havia rejeitado os mecanismos de justiça transicional que Santos propôs desde que começou o processo de paz com as Farc em Havana em novembro de 2012.

Zuluaga considerou que não serve de nada assinar um acordo com as Farc se depois não houver justiça, por isso "uma condição é que os que tiverem cometido crimes atrozes precisam pagar por eles na prisão". "Sou amigo da paz e estou disposto à busca da paz negociada. Quando se busca uma paz negociada tem que haver um cessar-fogo para os colombianos de bem", afirmou Zuluaga.

O candidato explicou de novo que se for eleito presidente, no mesmo dia de sua posse, 7 de agosto, decretará uma suspensão provisória dos diálogos de Havana para que as Farc decidam se querem seguir adiante e declarem um cessar-fogo "comprovável e permanente".

Santos

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse neste domingo que no dia 15 de junho, quando disputará o segundo turno das eleições presidenciais com com Óscar Iván Zuluaga, os colombianos escolherão entre guerra e paz.

"O que ficou claro hoje é que em três semanas os colombianos terão duas opções: poderão escolher entre os que querem o fim da guerra e os que preferem uma guerra sem fim, e vamos ganhar com a paz", disse Santos.

"Hoje somos maioria os que queremos a paz", insistiu, ao solicitar o apoio dos candidatos que ficaram fora da disputa no segundo turno: a conservadora Marta Lucía Ramírez, a esquerdista Clara López e o candidato da Aliança Verde, Enrique Peñalosa.

O presidente ressaltou que "começa a campanha da esperança" para "ganhar a paz" em 15 de junho.

"Vamos escolher entre o passado e o futuro, entre os que querem guerra com os vizinhos e os que preferem as boas relações, entre os que negam as vítimas e os que querem reconhecê-las e repará-las", ressaltou o presidente.

Santos também felicitou Óscar Iván Zuluaga, o candidato do Centro Democrático que foi o mais votado hoje, "por seu bom resultado", e convidou-o a manter uma campanha "com altura" e centrada "nas propostas".

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